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O avesso de sua Açucena, Bianca Bin confessa que nunca foi fã de boneca

Extra

Era uma vez uma menina branquinha, de olhos amendoados, chamada Bianca. Moradora de Itu, no interior de São Paulo, a pequena Bianca adorava brincar com suas bonecas e sonhava ser uma linda princesa. Vaidosa, ela... Para tudo! A vida de Bianca Bin, sim, poderia ser contada em forma de história infantil, daquelas cheias de casos divertidos e gostosas lembranças. E ela sabe narrá-la muito bem, como fez ao longo de todo o papo com a Canal Extra. Mas não seria assim, uma fábula. Até porque o mais perto que a atriz de 21 anos chegou de um conto de fadas foi como protagonista da atual novela das seis da Globo, "Cordel encantado", que termina na próxima sexta-feira e misturou fragmentos de "A bela adormecida" e "Romeu & Julieta" na telinha.

— Nunca fui fã de boneca, preferia jogar bola com os meninos. Tinha lá as minhas em casa, mas gostava mesmo era de brincar na rua, de pique-esconde, taco... Sabe o que é isso? — indaga a atriz, com ar de quem morre de saudades da infância: — Nem aos filmes ou aos desenhos de $eu assistia, gostava mesmo era de "O fantástico mundo de Bobby" e coisas assim... Era muito moleca!

Completamente distante de sua realidade para viver a mocinha construída pelas autoras Duca Rachid e Thelma Guedes, mas contente com o desafio, Bianca é só sorrisos ao falar do sucesso de sua personagem: ora a valente sertaneja Açucena, ora a doce Aurora, herdeira da corte. O êxito é perceptível também nos números — "Cordel" bateu seus próprios recordes, chegando a marcar 30 pontos de audiência algumas vezes —, e comemorado pela equipe da novela, que não poupa elogios à sua protagonista. Sem contar o público, fã de carteirinha da delicada e ao mesmo tempo destemida personagem.

— A novela conquistou todo mundo. Idosos, crianças, adolescentes... Não tem preço você ouvir na rua uma menininha de 3 aninhos pedir "Çucena, Çucena, foto!". Tirei muita foto com bebê, com criança. Isso é bom demais, porque é um público muito sincero. Gosta, gosta. Não gosta, não gosta. Essa personagem é um novo divisor de águas na minha vida. É só meu terceiro papel na televisão (ela estreou em "Malhação" e fez "Passione") e dei a sorte de cair num trabalho feito "Cordel", que vai ficar para a história da Rede Globo, um trabalho como há muito não se via nesse horário — avalia, orgulhosa.

Outra que não esconde o orgulho é a mãe da moça, Sílvia Bin:

— O pai dela chora mais assistindo à novela. Eu já sou bem crítica, fico analisando se ela está bem ou não e depois ligo para falar o que achei, mas não tem como não me emocionar.

Bianca x Açucena

Se na essência ela é a mesma, o bichinho da capital já mordeu Bianca, que é segura de si, sabe aonde começa e termina seu espaço e o do outro e é bem determinada. Enxergou certa semelhança com Açucena? A atriz também.

— Sou romântica no sentido amoroso da coisa, sonhadora, esperançosa, tenho aquilo de querer o bem, de querer que tudo dê certo. Nesse ponto somos parecidas. é superimpulsiva. Sou também (risos), mas não no amor. No amor sou bem passiva. Acho a Açucena meio doidinha até! Eu nunca me entregaria para o Timóteo (Bruno Gagliasso), como ela fez para salvar a pele do Jesuíno (Cauã Reymond). Esse amor por ele é tão forte, e o medo de perdê-lo também, que ela acaba metendo os pés pelas mãos, às vezes, e faz coisas muito loucas. Ela se sacrifica. Já eu sempre fui de ter amores platônicos, de ficar olhando de longe. Nunca tive coragem de chegar muito perto, nunca fui de tomar a iniciativa — conta Bianca, que anda desfilando de namorado novo, o estudante de artes cênicas Pedro Brandão, de 26 anos, mas se recusa a falar do assunto: — Prezo muito a minha individualidade. Sempre fui uma menina muito quieta, na minha.

Por ter uma personalidade mais reservada, sair na rua e ter a sensação de que está sendo observada a incomoda um pouco. Mas é o preço que se paga pela fama, que, aliás, afirma não ser a menina dos seus olhos.

— Não é um preço caro, é só uma questão de adaptação. Já falei uma vez que ninguém merece nosso mau humor. Por ser uma pessoa pública e vender uma imagem, tenho que ter esse cuidado. Se não estiver muito bem disposta, tenho que escolher melhor o lugar que vou frequentar. Talvez seja o dia de pedir uma comida em casa em vez de ir ao restaurante, convidar uns amigos e não ir até um barzinho. Gosto de casa cheia.

Sobre o fim de Açucena, Bianca faz certo mistério ("Ah, ela vai ficar com o Jesuíno, claro. Mais do que isso, não sei"). Já o próprio happy end é descrito em uma cena:

— O sonho da minha vida é ter uma casa grande com um quintalzão, árvores de frutas para os meus vários filhos pegarem no pé e comerem na hora, uma piscinona para fazer um churrascão no domingo e vários labradores.
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