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Tombini pede cooperação internacional para enfrentar crise

G1

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pediu nesta segunda-feira (19) cooperação nas políticas macroeconômicas para enfrentar a atual crise em economias com elevada carga de dívida.

'Se nenhuma ação forte for tomada, a crise provavelmente vai piorar. É essencial que haja uma ação coordenada de políticas macroeconômicas em nível global', afirmou ele em conferência em Lisboa.

Tombini acrescentou que os últimos indicadores econômicos mostraram uma piora nas perspectiva e afirmou que as economias maduras devem coordenar esforços para controlar a crise de dívida soberana, a fim de evitar que a economia global entre em um processo de severa desaceleração.

Tombini participa da 21ª reunião de governadores de bancos centrais de países de língua portuguesa, que é preparatória para a assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que será realizada entre 20 e 25 de setembro, nos EUA.

"O cenário econômico é extremamente complexo e, se não fizermos alguma coisa, irá se deteriorar ainda mais nos próximos meses", disse Tombini em conferência de bancos centrais de países de língua portuguesa.

Segundo Tombini, o ambiente internacional problemático atingiu o crescimento das economias emergentes. "Estamos claramente na segunda fase da crise financeira que começou em 2008", acrescentou. "Isso criou desafios para as economias emergentes, com os quais tentamos lidar rapidamente".

Brasil preparado
O presidente do BC disse ainda que o Brasil está preparado para uma interrupção dos fluxos de capitais no caso de um aprofundamento da crise global. "Estamos preparados para uma parada dos fluxos. É um cenário com que não gostaríamos de lidar, mas estamos preparados", disse Tombini.


Durante o encontro, Tombini também falou hoje sobre a posição brasileira adotada dentro do G-20 no debate a respeito do gerenciamento do fluxo de capitais. O G-20 formou dois grupos de discussão sobre medidas a serem tomadas em relação à crise, e o Brasil faz parte da coordenação do grupo sobre o gerenciamento de fluxos de capitais.

"O Brasil, como um dos coordenadores deste grupo (de gerenciamento de fluxo) tem tido atuação de destaque em articulação com outras nações. Em particular, contrapondo-se às posições de alguns membros em favor da adoção de guidelines ou códigos de conduta sobre as respostas de políticas direcionadas a atenuar ou lidar com impacto de fluxo de capitais”.
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