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Notícias / Meio Ambiente

“Febre do Nilo pode dizimar aves de Galápagos”, diz cientista

G1

Cientistas alertam para um possível surto de febre do Nilo no arquipélago de Galápagos, no Equador. As ilhas são conhecidas por conterem uma grande biodiversidade, com espécies de animais únicas, como os tentilhões, os piqueiros-de-patas-azuis, as tartarugas gigantes e iguanas-marinhas. A região é famosa por ter sido visitada por Charles Darwin em 1835, que a partir das observações na região escreveu a “Origem das espécies”, onde detalhou a teoria da evolução.

O alerta sobre a presença da febre do Nilo (WNV) nas ilhas foi feito por um grupo de cientistas que detectaram a capacidade do mosquito Culex quinquefasciatus em retransmitirem a doença. O vírus recentemente invadiu a América do Sul, mas ainda não chegou a Galápagos. O vírus infecta primeiro os pássaros, e depois, a partir das espécies locais como o Culex podem ser repassados para outros animais, como mamíferos, répteis e seres humanos.

A doença pode dizimar bandos de aves e muitos outros animais únicos no mundo. Nos humanos os sintomas são semelhantes à meningite, causando dor de cabeça, rigidez no pescoço, tremores, e nos casos mais graves convulsões e desmaios. "Sabemos agora que existem mosquitos capazes de transmitir o vírus do Nilo Ocidental em Galápagos. Isto significa que há potencial para grandes impactos sobre as espécies endêmicas. Não há dúvida de que o vírus do Nilo Ocidental é uma séria ameaça para a sobrevivência da fauna da região", diz Andrew Cunningham, da Sociedade Zoológica de Londres.

O temor dos pesquisadores é que o intenso fluxo de turistas para a região acelere a disseminação da doença. Estudos recentes sobre embarcações turísticas e aviões revelaram que o mosquito Culex chegou a Galápagos nesses aviões. A presença da espécie nas ilhas tem causado preocupação entre a comunidade científica.

Para reduzir as chances de vírus de o Nilo Ocidental atingir as ilhas, os pesquisadores sugerem mais estudos para determinar a presença de WNV no Equador, além de aplicação rigorosa de medidas de controle de insetos em aeronaves e navios que se deslocam entre o continente e as ilhas. "Embora o WNV ainda não exista em Galápagos, é importante prever cenários, olhando como este vírus em particular iria interagir dentro deste ecossistema”, diz Gillian Eastwood, outro autor da pesquisa.
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