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Notícias / Cultura

Negra Li faz show em Rondonópolis

Da Assessoria

A cantora paulistana Negra Li fará show nesta sexta-feira (23-09), no Cais de Rondonópolis, durante a final do Concurso Rainha da Primavera, organizado pelo Núcleo de Cultura Malagueta. A entrada do espetáculo será um quilo de alimento não-perecível, que dará direito a uma cartela para o sorteio de duas motos zero quilometro.

Nascida na zona norte de São Paulo, Negra Li começou a se interessar pela música ainda na infância. Nessa época, cantava hinos da igreja evangélica. Quando adolescente, imitava Whitney Houston, foi a partir desse momento que passou a ouvir mais a black music. Aos 16 anos, interessou-se pelo rap. Negra Li iniciou sua carreira musical com o grupo de rap RZO, em seguida iniciou parceria com o rapper Helião, e atualmente a cantora está em carreira solo, a qual iniciou-se com o lançamento do CD "Negra Livre".

Mesmo com esse "histórico", não estava em seus planos a vida musical de cantora. Pretendia ser uma modelo. Hoje, com projeção nacional, Negra Li agradece à mãe, professora do município de São Paulo, que lhe deu a oportunidade de ter um boa formação escolar, assim justifica seu sucesso.

Em 2006, estrelou o filme de Tata Amaral, Antônia, que, no ano seguinte, virou uma seriado homônimo na TV Globo. Em 2009 participou do longa 400 contra 1, a História do Comando Vermelho, do diretor Caco Souza.

Negra Li já gravou com: Caetano Veloso, Nando Reis, Charlie Brown Jr, Belo, Martinho da Vila, Gabriel o Pensador, Pitty, Jeito Moleque, Walter Alfaiate, Skank, D'Black, Akon, Sergio Britto, NX Zero entre outros. A cantora é casada com o músico Carlos Crésio Júnior, o Junior Dread, com quem tem uma filha chamada Sofia.

Nega Livre - “Então, Negra Li. É sua vez de provar. Canta, grita, põe pra fora. Ninguém pode te impedir de falar”. O chamado de Marcello Red abre Negra Livre provocando: chegou a hora de Liliane de Carvalho fazer seu trabalho sozinha. Em 2006. Já sem Helião co-assinando a capa do disco, Negra Li chegou à gravadora querendo cantar... bossa nova. Susto geral. Essa vontade era reflexo direto das aulas na escola de música, da paixão crescente por Elis Regina, da carga potente de informações musicais e extramusicais que vem recebendo nesses últimos anos. Reflexo também de seu mergulho no universo feminino em trabalhos recentes no cinema e na TV com o filme e a série Antônia, onde contracena intimamente com mais três mulheres e convive com assuntos bem distintos daqueles do mundo masculinizado do rap.

Negra Livre não é um disco de bossa nova. Muito longe disso, tudo nele foi concebido com a pegada do hip-hop. Dessa área, comparecem os versos do rapper paulistano Lino Crizz, os dos cariocas do Dughettu e do próprio Helião. Negra Li, a compositora, solta o verbo em seis das doze faixas, muitas delas escritas ainda em seus tempos de RZO (Na época, como ainda não tinha acesso a um gravador para registrar as novas crias, cantava o dia inteiro, uma por uma, até que tudo ficasse devidamente decorado.).

Por outro lado, o disco expande o universo estético de Negra Li em golpe radical, somando autores e repertório que fogem completamente dos domínios do rap. Exatamente como ela queria. Um time pop invade a cena, a começar por Você vai estar na minha, feita a partir de “Eu sei (na mira)”, canção composta por Marisa Monte para seu segundo disco, “Mais”. A gravação de Negra Li já tem um clipe, dirigido por Hugo Prata e Karina Ades.

Nando também participa do time de compositores do álbum de Negra Li. Ele compôs Negra livre que, de tão biográfica, acabou batizando o álbum todo.

Caetano Veloso também prometeu uma canção para Negra Li. Os dois se conheceram em 2003, quando o baiano participava de um disco de Elza Soares no mesmo estúdio que o RZO fazia umas gravações. A intimidade aumentou depois que Caetano foi o responsável pela entrega do prêmio Hutus para Guerreiro, Guerreira. Negra Li puxou o cantor para o fundo do palco e pediu uma música para o disco que viria. Nas vésperas de gravar, ligou de novo para ele e, em dois minutos, marcou a parada. Como Caetano já tinha usado todo seu lote de canções novas em seu próprio disco, sugeriu que ela cantasse sua parceria com o AfroReggae, Meus telefonemas. E se ofereceu para um dueto.

E foi assim que Negra Livre aconteceu, bem ao reflexo da personalidade curiosa, desbravadora (e carismática) da artista que assina sua capa. Aliás, quando as gravações já estavam nos finalmentes, surgiu a dúvida óbvia: será que o disco não ficou muito mais pop do que se poderia esperar? Ficou. Mas é exatamente assim que Negra Li queria que fosse.
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