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Número de casos de coqueluche em SP já é maior que o do ano de 2010

G1

O estado de São Paulo sofre com uma onda de coqueluche em 2011. Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, até o dia 20 de setembro, foram registrados 183 casos da doença no estado. Em todo o ano de 2010, foram 176 registros.

De acordo com a secretaria, o aumento está dentro do esperado, uma vez que a doença apresenta sazonalidade. Ao longo dos anos, o número de ocorrências varia. Em 2011, o valor representa uma taxa de 0,44 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2008, considerado pela secretaria o pior ano da doença no estado, o índice chegou a 0,68 por 100 mil habitantes.

As crianças são as que representam maior risco. Segundo Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas, os bebês que contraem coqueluche com menos de 1 ano apresentam nos dez primeiros dias sintomas como espirros, obstrução nariz e dor garganta. Após o período, caso não seja curada, a doença evolui para uma tosse prolongada com dificuldade de respiração. Neste estágio, a criança corre risco de morte.

Em 2011, o estado de São Paulo teve 7 das 15 mortes registradas pela doença no Brasil. As crianças paulistas devem tomar vacina nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles estão equipados, segundo a Secretaria da Saúde, para recebê-las de acordo com o calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde. A primeira dose da vacina deve ser tomada aos 2 meses de vida, depois aos 4 e aos 6 meses. Outros dois reforços devem ser aplicados até os 6 anos de vida. Após contrair a doença, os infectados são tratados com antibióticos.

Adultos com coqueluche
Na fase adulta, de acordo com Gorinchteyn, os sintomas são mais brandos, uma vez que já foram vacinados. No entanto, a maior preocupação dos médicos é com relação à transmissão da doença, que ocorre via oral. “Pais e mães infectados podem transmitir a coqueluche para crianças que ainda não foram imunizadas e espalhar a doença. Por isso, quanto antes identificamos, melhor. Assim podemos tirar essas pessoas de circulação e tratá-las, evitando um surto”, diz Gorinchteyn.

Segundo Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, um dos motivos para o recente avanço da coqueluche é o fato de a população mais velha não saber direito se está ou não com a doença. Para evitar mais casos, o médico defende que a vacinação seja estendida também a adolescentes e adultos como forma de evitar o contágio em crianças que ainda não foram completamente imunizadas.

A vacina para pessoas na fase adulta não é distribuída na rede pública de saúde, apenas em hospitais particulares.
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