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Mudança do clima afetaria ar e pode elevar mortes na Europa, diz estudo

Globo Natureza

Estudo divulgado nesta terça-feira (27) durante o Congresso Anual da Sociedade Europeia de Respiração (ERS, na sigla em inglês) afirma que é possível um aumento na taxa de mortalidade em decorrência da mudança climática em vários países europeus nos próximos 60 anos.

De acordo com a pesquisa, conduzida pela Universidade de Umea, da Suécia, países como Bélgica, França, Espanha e Portugal poderão registrar elevação entre 10% e 14% nas mortes causadas pelo clima nas próximas seis décadas devido à elevação de emissões do gás ozônio.

O ozônio na troposfera, camada mais baixa da atmosfera, é produzido pelo homem como resultado da fumaça gerada por motores de combustão (veículos ou indústrias) e sua alta concentração pode causar doenças respiratórias como a asma.

Outro foco do estudo, que é parte de um projeto denominado “Climate Trap”, é preparar o setor de saúde, principalmente o público, para essas alterações.

Impacto no ambiente
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 1970 e 2004, ao menos 140 mil mortes ocorreram anualmente devido às mudanças climáticas. Além do impacto sobre o ar limpo, água potável e agricultura, doenças mortais como malária e as que causam diarréia são particularmente sensível à elevação de temperaturas.

Para se chegar aos resultados, foram utilizados dois cenários de emissões de gases de efeito estufa, denominados A2 e A1B, e dois modelos climáticos globais, que simulavam como os níveis de ozônio poderiam ser afetados pela mudança do clima. Foram então comparados quatro períodos: o inicial (1961), o atual (1990), o futuro mais próximo (2012) e o ainda futuro (2041).

A partir desta observação, foi possível descobrir que desde 1961, Bélgica, Irlanda, Holanda e Reino Unido são os mais registraram mortes relacionadas ao aumento de ozônio na atmosfera. Já nos próximos 50 anos, Bélgica, França, Espanha e Portugal poderão sofrer com a alta mortalidade.

De acordo com Hans Orru, especialista em poluição atmosférica das universidades de Umea e de Tartu, na Estônia, a mudança do clima poderá ter impacto direto na saúde dos europeus.

Para o professor Marc Decramer, presidente da ERS, é necessário agir logo para reduzir os níveis de ozônio e outros poluentes, “caso contrário vamos ver aumento das internações hospitalares e perda de dinheiro com medicamentos".
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