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Após protesto dos EUA, Israel facilita entrada de alimentos em Gaza

Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, informou aos Estados Unidos e à União Europeia que o país suspenderá restrições à entrada de gêneros alimentícios --como massas e queijos-- à faixa de Gaza, território palestino que sofre amplo bloqueio israelense desde 2007, quando o movimento islâmico radical Hamas assumiu o controle da região. A informação foi divulgada por diplomatas.

A medida foi resposta ao protesto do governo do presidente dos EUA, Barack Obama, contra essa e outras restrições impostas por Israel --que travou a entrada de alguns tipos de macarrão, geleias de frutas e outros alimentos a 1,5 milhão de palestinos que vivem nem Gaza e dos quais, segundo ONU (Organização das Nações Unidas), 80% dependem inteiramente da ajuda humanitária.

Segundo a ONU, Israel bloqueou por semanas um carregamento de grão-de-bico --usado para fazer a iguaria árabe homus-- do Programa Mundial de Alimentos.

Diplomatas ocidentais, falando sob a condição de anonimato, disseram que o gabinete de Olmert informou a Washington e Bruxelas que todos os tipos de alimentos terão entrada permitida na faixa de Gaza.

"A política do governo é clara. Toda comida é humanitária e todo carregamento humanitário pode entrar. Nós deixamos assegurado que isso está claro", disse uma importante autoridade israelense. "Nós queremos que o processo seja aperfeiçoado."

Contudo, os diplomatas ocidentais permanecem cautelosos e dizem que não está claro se as instruções do primeiro-ministro serão seguidas pelos militares israelenses que controlam a travessia na fronteira com a faixa de Gaza.

Diplomatas disseram ainda não estar claro se as restrições a entregas de outros itens inofensivos, como papel higiênico, sabonete e pasta de dente, também seriam suspensas.

Histórico
Israel ampliou seu bloqueio ao território costeiro em uma tentativa de enfraquecer o Hamas, que tomou o controle da faixa de Gaza em uma guerra civil em 2007 contra a Fatah --facção apoiada pelo Ocidente e a que pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Além das restrições do que classifica como bens de luxo, como cigarros e chocolates, Israel bloqueou a entrada de materiais como cimento e ferro --que poderiam ser usados para a reconstrução da faixa de Gaza, após a recente ofensiva militar israelense, que deixou mais de 1.300 mortos e destruiu 5.000 casas, além de prédios de governo e a infraestrutura do território.

Israel diz que este tipo de material pode ser usado pelo Hamas para a construção de armas ou de postos de lançamento de foguetes contra o território israelense.

Atualmente, boa parte dos produtos essenciais são contrabandeados pelos túneis construídos pelo Hamas e que ligam o território ao Egito.
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