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Notícias / Agronegócios

BB tem R$ 1 bi para agricultura de baixo carbono, mas faltam projetos

De Sinop - Alexandre Alves

O Banco do Brasil tem mais de R$ 1 bilhão à disposição para empréstimo à Agricultura de Baixo Carbono (ABC), mas faltam bons projetos para acessar os recursos que, se necessário, podem praticamente triplicar nos cofres da instituição. A informação é do vice-presidente do Banco do Brasil para agronegócios, Osmar Dias. “Temos praticamente R$ 1 bilhão nessa linha de crédito para os produtores. Se não for suficiente, o volume pode chegar a R$ 3,1 bilhões", disse, em entrevista à Reuters.

Osmar Dias assumiu o posto em abril deste ano. Segundo ele,a linha de crédito é uma aposta do governo para reduzir as emissões de carbono no setor rural, mas ainda faltam bons projetos para o agricultor conseguir o financiamento. "Quando assumi este cargo no banco não entendi porque não haviam sido feitas operações pelo ABC. Depois entendi que faltavam técnicos para elaborar os projetos", afirmou.

Em 2010, segundo o vice-presidente, a verba bilionária para agricultura de baixo carbono havia sido pouco utilizada. O cenário em 2011 melhorou um pouco e, até setembro, “registrava cerca de 400 propostas de projetos em análise no Banco do Brasil”, disse executivo do banco.

Dias informou que a saída foi promover reuniões com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sindicatos, federações e outras entidades para solucionar a questão que emperrava a liberação de recursos desta linha. "É preciso reforçar o treinamento de técnicos, para que estejam prontos para elaborar esses projetos", afirmou.

O programa de crédito ABC foi incluído no Plano Agrícola e Pecuário da safra 2010/11, mas atraiu pouco interesse dos produtores, apesar da taxa de juro mais baixa que alternativas existentes. O executivo argumenta que não há opção melhor de linha de crédito no mercado. A linha, que financia a recuperação de pastagens e projetos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), entre outros, tem juros de 5,5 por cento ao ano e prazos de pagamentos que variam de oito a 15 anos, dependendo do projeto.

O vice-presidente do BB disse que ainda não é possível saber o quanto este volume de operações representa, mas informou que “a maior demanda por esta linha de crédito está concentrada no Centro-Oeste, onde estão grandes produtores agrícolas e pecuaristas”, afirmou, lembrando que o Banco do Brasil foi pioneiro na oferta desta linha ABC, que agora também pode ser oferecida por outros bancos.
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