As contratações foram anunciadas com pompa e circunstância. Em 25 de março, data da fundação do Atlético-MG, Guilherme, que estava no Dínamo de Kiev, da Ucrânia, foi apresentado à torcida como um presente de aniversário. Menos de quatro meses depois, o também atacante André chegou com status de jogador de Seleção.

Com os dois reforços, o Galo gastou 5,8 milhões de euros. Porém, os números do desempenho desses jogadores mostram que não houve retorno em gols, principal motivo do investimento. Somados os números dos dois atletas, o cenário não é bom: são cinco gols em 29 jogos, média de um a cada 5,8 partidas.

Grande contratação

À época da chegada de Guilherme, o diretor de futebol do clube, Eduardo Maluf, não escondeu a satisfação em contar com o jogador no elenco.

- Acho que o Guilherme é uma das grandes contratações do futebol brasileiro neste ano. Diversos clubes do Brasil tentaram contratá-lo, e tivemos muita dificuldade em concretizar essa negociação. O presidente Alexandre Kalil ficou três ou quatro dias na Ucrânia, e conseguimos trazer o Guilherme, um jogador de 22 anos e com nível de Seleção Brasileira.

Guilherme, que havia defendido o Cruzeiro antes de se transferir para o futebol europeu, prometeu gols e títulos.

- Me sinto honrado e preparado para dar retorno em campo. Espero poder dar esse retorno ao clube com gols e títulos.

De lá para cá, no entanto, os cerca de 3,6 milhões de euros (cerca de R$ 8,4 milhões, em valores da época), investidos em 60% do passe do jogador, não deram muito retorno. Guilherme disputou 15 jogos e marcou apenas dois gols, o que dá uma média de R$ 4,2 milhões por cada gol. O próprio jogador já revelou incômodo por essa situação.

A inconstância do atacante pode ser explicada, em parte, pela série de lesões que o acompanha. No último jogo do Galo, diante do Ceará, Guilherme não entrou em campo, vetado pelo departamento médico, por causa de uma lesão na coxa esquerda.

'Nível de Seleção Brasileira'

Com André, os números, até o momento, também não empolgam. O atacante estava no Bordeaux, da França, mas 80% dos direitos econômicos pertencem ao Dínamo de Kiev. Os outros 20% foram adquiridos pelo Galo, que pagou 2,2 milhões de euros (cerca de R$ 4,8 milhões).

Na apresentação do jogador, também feita por Eduardo Maluf, a expectativa era grande.

- Ele vem por um ano e com os outros 80% dos direitos econômicos estipulados em valores que não vamos divulgar agora. Caso fiquemos com 100% do jogador, já temos acertado um contrato de quatro anos. Caso não aconteça o pagamento desses 80%, o Atlético-MG permanece dono de 20% dos direitos econômicos do André. É um jogador jovem, de nível de Seleção Brasileira, e espero que fique aqui durante quatro anos.

André, ao falar pela primeira vez como jogador do Galo, via a chance de voltar à Seleção Brasileira.

- Não tenho dúvida de que vou poder voltar a jogar em alto nível, com a estrutura que tem aqui e os profissionais que trabalham no clube. Esse é o pensamento, voltar a jogar em alto nível aqui no Atlético-MG, voltar para a Seleção e colocar o Atlético-MG lá em cima.

Os números, no entanto, mais uma vez, mostram a fraca performance de André. Em 14 jogos, apenas três gols. A relação valor gasto/gols marcados do atacante é apenas um pouco melhor que a de Guilherme: até agora, por cada gol marcado por ele, o Atlético-MG gastou cerca de R$ 1,6 milhão.

Magnata na ponta

Mesmo criticado pela torcida atleticana, o atacante Magno Alves é o que apresenta os melhores números no Campeonato Brasileiro. Até agora, já balançou as redes em seis oportunidades e tem sido titular do técnico Cuca.

Porém, contra o Ceará, Magno Alves perdeu um pênalti, defendido pelo goleiro Fernando Henrique, e contribuiu para que o Galo não conquistasse a vitória. Com o resultado, o time mineiro se manteve na zona de rebaixamento, com apenas 26 pontos, na 18ª posição, três a menos que o Cruzeiro, principal rival e primeira equipe fora do Z-4.

A próxima partida do Galo será neste sábado, às 18h (de Brasília), diante do América-MG, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.