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Notícias / Educação

Público e privado entram em embate na UFMT pela polêmica das cotas

Da Redação - Priscilla Vilela

Estudantes de escolas particulares e públicas se aglomeraram em frente ao prédio da reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) para apresentarem seus posicionamentos em relação à proposta de cotas, apoiada pela reitora Maria Lúcia Cavalli Neder. Entretanto, ao contrário da grande maioria das manifestações, a de hoje contou com uma nítida linha que separava as duas ‘classes’. Uma apoiadora das cotas, já a outra, contra.

Os estudantes das escolas públicas deixaram claro que consideram a discussão uma oportunidade de garantirem a presença na universidade, uma vez que de outra forma, segundo os ‘gritos’, estão praticamente limitados devido à deficiência do ensino público que desacelera a competição pelas cadeiras. “Queremos nossas vagas, os pais dos outros estudantes podem pagar cursinhos, os nossos não tem dinheiro”, argumenta a estudante do Presidente Médice, Larissa da Silva Gomes.

Por outro lado, o diretor do colégio Master, Paulo Roberto Andrade, destaca que as cotas representam apenas mais um meio de exclusão para os possíveis novos universitários oriundos de escola pública. “O ensino público daqui vai competir com o de outros estados, as cotas irão prejudicar e eliminar os estudantes da universidade”. Ele lembra ainda que a medida está sendo realizada sem a discussão com a comunidade e de forma arbitrária, bem como foi a aprovação do novo Enem.

Apesar das divergências de opiniões, os manifestantes deram vida ao direito de se rebelarem contra a medida de interesse público, e que até o momento, não teve ampla discussão com a sociedade. Cartazes estavam espalhados por todo o terreno, já tomados por conta dos protestantes. A música que país é este, aliás, continua sendo o principal fundo de apoio para os protestos, que nesse caso, contou com a presença de cerca de 200 alunos dos diversos colégios de Cuiabá.

Em meio ao embate de opiniões que rondava o prédio da reitoria, representantes das diversas entidades do ensino se concentravam junto ao vice-reitor Francisco Souto, em uma reunião a portas fechadas. A pauta sobre as cotas deve ser discutida somente na terça-feira (4) pela tarde, já que é a última a ser levantada pelos representantes.
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