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Missa do Papa em Angola atrai 1 milhão de pessoas

AFP

 O papa Bento XVI celebrou neste domingo uma missa campal em Luanda que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas, segundo estimativa fornecida pelo Vaticano, e disse aos fiéis que a reconciliação da África virá somente com uma "mudança de mentalidade, com uma nova forma de pensar". A multidão reunida hoje é a maior desde a chegada do papa para uma visita de sete dias à África iniciada na terça-feira por Camarões, de acordo com informações do Vaticano. Em cima de um altar, o pontífice disse que os males da África "reduziram os pobres à escravidão e privou as gerações futuras dos recursos necessários para a criação de uma sociedade mais justa e sólida".

"Como é verdadeira a afirmação de que a guerra pode destruir tudo de valor", declarou o papa usando um solidéu rosado e limpando o suor com um lenço branco.

Os angolanos foram escravizados, subjugados e viveram em meio a sucessivas guerras desde 1491, quando os colonizadores portugueses levaram os primeiros missionários católicos a Luanda. Grande parte dos escravos enviados ao Brasil era procedente de Angola.


A Igreja Católica esteve ao lado dos colonizadores até 1975, quando Angola tornou-se independente de Portugal. Depois da independência, uma guerra civil alimentada pela riqueza do país em petróleo e diamantes matou cerca de 15 mil pessoas antes de seu fim, em 2002. No sábado, Bento XVI cobrou dos fiéis que alcancem e convertam as pessoas que acreditam na bruxaria. "Na Angola de hoje, os católicos devem levar a mensagem de Cristo a muitos que vivem com medo de espíritos, de forças malignas por quem se sentem ameaçados", disse Bento XVI à multidão ontem.


Durante uma missa em um estádio de futebol, o papa também pregou uma mensagem de esperança para os jovens, entre os quais alguns mutilados pela guerra civil angolana (1975-2002). "Eu penso nas muitas lágrimas que vocês derramaram pela perda de parentes", afirmou o pontífice de 81 anos, vestindo uma túnica branca e aparentando cansaço. O papa também lamentou os problemas provocados por sua visita ao país. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, duas mulheres morreram pisoteadas em uma confusão formada após a abertura dos portões do estádio dos Coqueiros, horas antes da chegada de Bento XVI ao local. Outras oito foram hospitalizadas com ferimentos leves e dez receberam tratamento no local
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