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Notícias / Agronegócios

Bloqueio a frigorífico em Nova Monte Verde será por tempo indeterminado

Da Redação/Com Assessoria

Os pecuaristas do município de Nova Monte Verde do Norte (960 quilômetros ao norte de Cuiabá) cumpriram o prometido e iniciaram hoje (23) pela manhã o bloqueio da entrada de boi em pé, nos currais do frigorífico Arantes. A carne e demais derivados podem sair da indústria, “pois se a carne fica por muito tempo armazenada, perde qualidade, e não achamos correto que alimento se estrague”, disse o pecuarista e associado o Sindicato Rural, Jeremias Prado dos Santos.

O bloqueio será por tempo indeterminado, garantem os 30 pecuaristas. “Hoje o frigorífico abateu cerca de 700 cabeças de gado e agora só volta a abater novamente depois que negociarem com os pecuaristas, que tem uma dívida a receber do grupo Arantes de mais de 6 milhões de reais”, anunciou Prado. Segundo ele, até o final da tarde desta quinta-feira a diretoria da indústria não tinha feito nenhum contato com os pecuaristas, e”diante dessa situação, o protesto continua”.

Durante as negociações anteriores com o frigorífico, os representantes do Arantes alegaram que não tem dinheiro para pagar a dívida de R$ 6 milhões, e que esse montante será quitado através do plano de recuperação judicial que está em andamento. “Nós não aceitamos essa explicação, pois eles estão comparando há dois meses boi à vista, e se tem dinheiro para pagar hoje o boi, tem dinheiro também para quitar o que já compraram no passado. Enquanto eles estão voando de jatinho e andando de carro do ano, nós produtores estamos atolando na lama com o nosso gado.”

“A Acrimat continua dando respaldo ao pecuarista por acreditar que estão no seu limite. Estamos programando uma vista ao município de Nova Monte Verde, para ver in loco a situação dos produtores”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. O que esta acontecendo em Nova Monte Verde é reflexo da manifestação que ocorreu recentemente em Vila Rica, onde os pecuarista bloquearam a entrada de animais para abate, no frigorífico Quatro Marcos, por 16 dias. Eles só retornaram depois do grupo Quatro Marcos, parcelar a dívida de R$ 12 milhões com 135 pecuaristas. O acordo foi de pagamento imediato de R$ 1 milhão e parcela de R$ 500 mil/mês.
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