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Dilma tem dia de turista em Istambul

BBC

Sem compromissos oficiais, a presidente Dilma Rousseff passou o dia visitando alguns dos principais pontos turísticos da cidade turca de Istambul. A volta para Brasília está agendada para a noite deste sábado.

Istambul foi a última parada de Dilma no seu giro pela Europa desta semana, depois de passagens por Bruxelas, na Bélgica, Sófia, Veliko Tarnovo e Gabrovo, na Bulgária, e Ancara, na Turquia.

Originalmente, o Palácio do Planalto havia planejado que Dilma visitaria Istambul no sábado e em parte do domingo. No entanto, a volta foi antecipada, já que o único compromisso de Estado - um café da manhã com o premiê Recep Tayyip Erdogan - foi cancelado devido à morte da mãe do político.

Na noite de sexta-feira, ao chegar de Ancara, Dilma foi à casa de Erdogan para oferecer condolências ao premiê. Depois disso, a presidente e sua comitiva - formada por diversos assessores, pelos ministros Celso Amorim (Defesa), Antonio Patriota (Relações Exteriores), Helena Chagas (Comunicação Social) e pelo assessor especial Marco Aurélio Garcia - tiveram quase 24 horas de folga.

Na sexta, o grupo jantou em um restaurante. No sábado de manhã, Dilma e sua comitiva fizeram um passeio turístico pelo estreito do Bósforo. À tarde, a presidente passou a maior parte do tempo no bairro de Sultanahmet, que concentra as principais atrações turísticas de Istambul, como a Basílica de Santa Sofia, a Mesquita Azul e o mercado Kapali Çarsi, conhecido por ser um dos maiores bazares cobertos do mundo.

Apesar da insistência dos jornalistas que seguiam a comitiva oficial, a presidente não quis fazer um balanço sobre o giro pelos três países, que tiveram agendas bastante distintas. Em Bruxelas, Dilma foi levar a posição brasileira sobre a crise europeia, que é contra as políticas fiscais rígidas e monetárias expansionistas.

Giro

Na Bulgária, o principal compromisso foi familiar, com uma visita à cidade dos seus antepassados, mas a presidente aproveitou a viagem para tentar incrementar os laços comerciais com o país, que hoje são inexpressivos.

Já na Turquia, o objetivo da viagem era aproximar ainda mais os dois países emergentes, que estão com relações em alta desde a mediação conjunta no ano passado do acordo sobre o programa nuclear do Irã.

Em Ancara, Dilma buscou o apoio da Turquia à posição brasileira na cúpula do G20, que ocorrerá em novembro em Cannes, na França, onde os líderes das maiores economias do mundo discutirão alternativas para a crise. Em discurso a empresários turcos, ela criticou a 'imobilidade política' dos líderes dos países ricos e pediu o fim de medidas que estão levando à guerra cambial.

O Brasil também declarou apoio à candidatura da Turquia à uma vaga não-permanente no Conselho de Segurança da ONU. Os governos de Brasil e Turquia assinaram um memorando sobre cooperação em educação e dois acordos sobre transferências de pessoas condenadas e auxílio jurídico em matéria penal entre os países.

O memorando busca facilitar a cooperação em pesquisa e estudos acadêmicos, com reconhecimento de diplomas e intercâmbios entre alunos e professores.

Dilma e o presidente Abdullah Gul também divulgaram uma declaração conjunta - que reitera alguns dos princípios da parceria estratégica lançada entre Brasil e Turquia em maio de 2010.

Também foi realizado um fórum empresarial para promover laços comerciais entre os dois países. A corrente comercial entre os dois países triplicou na última década, com um salto entre 2009 e 2010 de 60%. A expectativa das autoridades é que o comércio entre Brasil e Turquia chegue a US$ 2 bilhões neste ano, com superávit brasileiro.

Em novembro, empresários turcos da construção civil visitarão o Brasil em uma missão de negócios. A presidente Dilma disse que eles estão convidados a participar das obras de infra-estrutura para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016.

O Palácio do Planalto ainda não confirmou, mas espera-se que neste mês a presidente deve viajar à África do Sul, para participar da cúpula trilateral Índia-Brasil-África do Sul (Ibas). O encontro está marcado para os dias 18 e 19 de outubro, e existe a possibilidade de Dilma ainda visitar outros países da África no período.
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