As histórias de violência contra mulheres em Pernambuco são absurdas, mas a gente sabe que essa tragédia se repete em outros estados. São 120 homicídios no Brasil por dia, sendo dez mulheres. Muitas dessas mulheres assassinadas por noivos, namorados, ex-maridos ou amantes. Então, é um problema de segurança pública.

A importância dos abrigos de proteção para a mulher que sofreu uma violência, as casas-abrigo, é que elas quebram o vínculo econômico. A mulher de classe baixa permanece em casa sendo agredida, porque ela não tem para onde ir, e isso evolui, eventualmente, para um assassinato. A mulher de classe média vai para a casa dos pais, a mulher pobre não tem para onde ir.

Nenhuma mulher quer e pode ficar a vida inteira no abrigo, mas ele prepara a mulher para um novo emprego. Agora, toda uma rede tem que funcionar, pois o filho também tem que ser transferido de escola.

Essas casas ficam em locais escondidos e as mulheres têm que mudar de local a cada seis, sete meses, pois os maridos muitas vezes descobrem onde fica a casa e vão agredir a mulher.

Os abrigos existem em todos os estados do país. As mulheres podem ligar para o telefone 180, para saber onde estas casas funcionam. O telefone é da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Toda mulher que é assassinada por um namorado ou amante, já procurou a polícia pelo menos três vezes. Isso começa com um xingamento, com uma ofensa, depois um tapa. Isso sempre evolui. A indicação da delegada é que, no início desse processo de violência, a mulher procure a Polícia Civil, na delegacia especializada ou não.