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Aposentado é baleado por bandidos depois de entrar em favela por engano

Jornal Hoje

Na noite de sexta-feira, Valdemiro, de 74 anos, e mais duas pessoas voltavam de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para o Rio de Janeiro. O carro entrou em uma rua próxima à Favela do Chapadão, no bairro de Costa Barros, e foi cercado por homens armados.

O motorista deu meia volta, mas os bandidos atiraram. O idoso estava no banco de trás e foi atingido nas costas.

Valdemiro foi levado para o Hospital Estadual Carlos Chagas, também no subúrbio do Rio de Janeiro e passou por uma cirurgia que durou cinco horas. Segundo parentes, depois da operação, deveria ficar na unidade de terapia intensiva, mas no hospital não havia vagas.

A família entrou na Justiça e conseguiu um mandado obrigando o estado do Rio de Janeiro a encontrar um leito na rede pública. A transferência aconteceu às dez da noite de sábado, quase 24 horas depois do fim da cirurgia.

O hospital que aceitou receber Valdemiro, o Alberto Torres, fica em São Gonçalo, na região metropolitana. A 50 quilômetros de distância.

O aposentado chegou ao Hospital Alberto Torres ainda com vida. Pouco depois, teve uma parada cardiorespiratória. Apesar das tentativas de reanimar o aposentado, Valdemiro morreu às duas da manhã de domingo.

A família está revoltada. “Eles mataram não só um senhor de 74 anos, como mataram também toda uma família. E depois tivemos mais essa decepção do estado que não deu a oportunidade de ele viver”, diz Lázaro dos Santos, filho da vítima.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Valdemiro chegou em estado grave e depois da cirurgia foi levado imediatamente para uma sala, que não é uma UTI, mas que tem equipamentos e equipe para cuidar da recuperação pós-operatória.

A Secretaria de Saúde disse também que a central de regulação de leitos trabalhou com o ritmo de urgência que o caso do paciente Valdemiro exigia e assim que surgiu a primeira vaga, ele foi transferido.
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