O bebê da adolescente de 12 anos que diz ter sido explorada sexualmente pela família por R$ 2, no município de Ipu, a 294 km de Fortaleza, já foi adotado por um casal, segundo conselheiro tutelar de Ipu, Francisco Gilvan Farias. A criança, um menino de dois meses, está sob os cuidados de um agricultor de 56 anos e uma professora de 45 anos. "O casal que adotou nao tem filhos e estavam na lista de espera de adoção", afirmou.

A guarda do bebê, no entanto, é temporária, até que a Justiça decida o destino da jovem mãe, da criança e dos familiares suspeitos de explorarem sexualmente a adolescente, inclusive algumas irmãs. A menina, foi consultada e consentiu a adoção da criança, segundo o conselheiro tutelar. "Ela nunca se opôs. Nós não temos autoridade para dar a guarda definitiva. Quem vai definir onde ela vai ficar é o juiz", disse.

Em setembro, a garota relatou em depoimento à Polícia Civil de Ipu que algumas de suas irmãs vendiam programas sexuais com ela por preços de R$ 2,00 a R$ 20,00. O conselho tutelar acompanha o caso desde 2010. A jovem morava com os pais, com uma irmã e sobrinhos pequenos, segundo o conselheiro tutelar. "Elas moravam em outras casas, levavam a menina e lá aliciavam".

Medo de que aconteça de novo
De acordo com Gilvan Farias, a adolescente está morando agora com a mais velha das 12 irmãs e está sendo acompanhada de perto pelo conselho tutelar e por psicólogo. "Temos medo que aconteça a mesma coisa que aconteceu antes", disse.

Gilvan se refere ao fato de a menina já ter sido retirada da casa dos pais pelo conselho tutelar e levada para morar com uma irmã, onde acabou supostamente sendo vítima de abuso sexual do cunhado, preso em setembro.

Preso no dia 15 de setembro suspeito de abusar sexualmente da adolescente, o cunhado da menina, um homem de 56 anos, já está em liberdade. "Ele está esperando o julgamento em liberdade", informou o conselheiro tutelar.