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Taques defende investigação firme e mudança na Comissão da Verdade

De Brasília - Vinícius Tavares

O senador Pedro Taques (PDT) defendeu mudanças no projeto da Comissão da Verdade que foi aprovado neste mês na Câmara e está em discussão no Senado. O parlamentar entende que o período a ser investigado seja posterior a 1961, ano em da primeia tentativa de golpe militar, e não contemple os crimes posteriores a 1946, ainda na Era Vargas.

Taques sugeriu a escolha imparcial, impessoal e criuteriosa dos membros da Comissão para evitar que a composição seja unilateral. O senador disse ainda que a Comissão precisa buscar a verdade histórica dos fatos para não virar uma farsa.

"Que esta comissão não sirva só para fins acadêmicos, que não se torne uma farsa, que não fique em um museu num novo palácio de Oscar Niemeyer. E as pessoas envolvidas? O Ministério Público não vai ter o direito fundamental de investigar de que fato ocorreu? Por tanto estamos aqui diante de mais uma farsa”, dispara o senador pedetista.

O senador Pedro Taques defendeu também a apuração imparcial dos fatos ocorridos durante o período de ditaura militar e a punição dos culpados por crimes políticos ocorridos a partir de 1961. Taques avalia que a Comissão da Verdade, criada pelo governo federal e a aprovada pela Câmara Federal, se insere na chamada Justiça de Transição que, segundo ele, é uma farsa pois "pois não existe paz sem justiça".

"Nós não tivemos justiça neste período histórico posterior ao golpe de 64. Falar em paz sem justiça nada mais representa do que uma farsa", disparou.

O parlamentar criticou a hipocrisia política e a chamada ética política maquiavélica que impera no país. De acordo com o senador, o Brasil é governado por uma ex-torturada mas ainda teme a busca da verdade.

De acordo com o congressista mato-grossense, a Comissão da Verdade não tem um objetivo concreto para que ela seja criada para quaisquer fins, seja acadêmico ou no âmbito processual. Taques afirma ainda que a comissão não irá buscar uma verdade real, mas uma verdade histórica.

"Passada a ditatura, passamos por Sarney, Collor, Itamar, FHC e Dilma. E com ela, uma cidadã torturada, nós ainda continuamos a ser governados por militares. Esta democracia anida tem receio amilitares. Nada contra eles", ponderou.

Ao defender mudanças no projeto da Comissão da Verdade, Pedro Taques disse que o Senado Federal está enfraquecido pois os senadores não estão cumprindo sua perrogativa de avaliar a constitucionalidade dos projetos e propostas que chegam da Câmara e do Poder Executivo.

"Estamos nos transformando em Casa de passagem de projetos do chefe do executivo. Não podemos aprovar os projetos de afogadilho. O Código Florestal foi debatido por anos, com inúmeras emendas vindas da Câmara e aqui os senadores não podem exercer sua função constituvional e nem será debatido pela CCJ", concluiu.
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