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PM diz ter provas da participação de Orlando Silva em fraudes

G1

O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber propina, disse nesta terça-feira (18) ter provas da participação o ministro em suposto esquema de fraude no programa Segundo Tempo, que visa incentivar a prática de esporte.

Após reunião com parlamentares da oposição no gabinete da liderança do PSDB, Dias disse que entregou à revista "Veja" o áudio de uma reunião realizada em 2008 para tratar da prestação de contas do programa.

"Vão surgir diversos documentos em breve que vão provar essa situação", afirmou João Dias após a reunião.

João Dias diz que entrou em contato com o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, porque está sofrendo ameaças de morte. O líder tucano disse que o PSDB encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de "garantia de vida" para o policial militar.

O encontro começou por volta de 14h40 e terminou perto das 17h, enquanto acontecia o depoimento do ministro Orlando Silva em audiência conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e Turismo e Desporto na Câmara dos Deputados. O ministro reiterou que não há provas contra ele.

Reportagem da revista "Veja" trouxe declaração de João Dias de que o ministro Orlando Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério e teria comandado um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes. As fraudes no Ministério do Esporte somariam, conforme a "Veja", R$ 40 milhões nos últimos oito anos.

João Dias, como é conhecido, adiou na manhã desta terça depoimento em que falaria sobre as denúncias na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília. Conforme a assessoria da PF, o policial alegou problemas de saúde e o depoimento será remarcado. A nova data ainda não foi definida.

Sobre o depoimento na PF, João Dias disse que não compareceu por "motivo de força maior".

Dias prestaria esclarecimentos à PF a convite. Na tarde de segunda-feira (17), Dias se encontrou por 20 minutos com o delegado da PF Jackson Rosales. O policial militar foi espontaneamente à superintendência da PF e, na reunião, ficou acertado o depoimento formal.

O policial militar comanda duas ONGs que receberam recursos em convênios com o Ministério do Esporte e responde a processo judicial que tramita em segredo de Justiça no qual o Ministério Público pede a condenação dele e a devolução de R$ 3,17 milhões aos cofres públicos.

João Dias foi preso em 2010 pela Polícia Civil no ano passado por suspeita de participação no esquema.
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