Imprimir

Notícias / Meio Ambiente

Índios mantêm servidores da EPE e da Funai reféns durante protesto

De Sinop - Alexandre Alves

Índios kaiabi protestam contra a construção de uma Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) São Manoel, a ser construída no rio Teles Pires, na divisa de Mato Grosso e Pará, e que ainda não recebeu licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os nativos mantêm reféns dois funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e cinco técnicos da Fundação Nacional do índio (Funai). O “sequestro” dos servidores foi comunicado ao governo federal na manhã desta terça-feira (18). Segundo a assessoria da Funai, a autarquia já recebeu as reivindicações e expediu comunicado aos índios, explicando os passos da demarcação física.

No dia anterior, 17 de agosto, o Ibama havia publicado o aceite do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da usina hidrelétrica. Na região extremo Norte estão previstos pelo menos três empreendimentos de geração de energia. Além da São Manoel, a UHE Teles Pires já está com licença ambiental emitida e, a UHE Foz do Apiacás - que será licenciada pelo Estado do Mato Grosso e não pelo Ibama - está planejada para ser construída na foz do rio Apiacás, no Teles Pires, bem ao lado da UHE São Manoel e exatamente na divisa da Terra Indígena Kayabi e Munduruku.

Em julho de 2011, a EPE e o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentaram uma complementação aos estudos da UHE São Manoel, pedida pela Funai. No início deste ano, a Funai havia emitido um parecer questionando a avaliação dos impactos dos dois empreendimentos sobre as comunidades indígenas. Três etnias diferentes vivem nessas terras: Apiaká, Kayabi e Munduruku.

Segundo a assessoria da Funai, os sete reféns estão bem e não foram vítimas de agressão. Eles apenas não podem deixar o local. As informações são do jornal eletrônico Nativa News, sediado em Alta Floresta.
Imprimir