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Com abertura certa, São Paulo vibra e levanta a placa ‘eu já sabia’

Globo Esporte

Os envolvidos no projeto de São Paulo para a Copa do Mundo de 2014 sempre confiaram que a Fifa escolheria a maior cidade brasileira como sede de abertura do evento. Até mesmo nos momentos de dificuldades, políticos e membros do comitê paulistano apostavam na infraestrutura como muleta para a ausência de um estádio. Agora, com a confirmação da arena do Corinthians, em Itaquera, como palco do jogo inaugural, a capital paulista levanta a placa “eu já sabia”.

- Se é verdade que São Paulo queria a abertura da Copa do Mundo, é verdade também que a Fifa precisa de São Paulo para esse jogo. Não há nenhuma cidade na América Latina com a estrutura da capital paulista. Nossa questão principal ainda é mobilidade urbana, mas o gargalo maior é aeroporto. Se não resolver a situação em São Paulo, não resolve em lugar nenhum - disse Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris e ex-membro do Comitê Paulista para o Mundial.

A questão dos aeroportos, aliás, tem sido apontada sempre como um dos principais problemas para a Copa do Mundo de 2014. Mas a Infraero se defende dizendo que as obras estão em andamento, em especial no projeto do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Gradativamente, a entidade espera aumentar a capacidade do local até a realização da Copa do Mundo. E não prevê nenhum tipo de pressão maior agora que a abertura foi confirmada em Sampa.

- Sempre confiamos que a abertura seria em São Paulo. Nunca duvidamos disso. Tanto que já estamos em obras no Terminal 3 de Guarulhos. Não vai haver nenhum tipo de pressão porque os projetos estão andando. Se não tivesse, seria outra história. A capacidade de passageiros será maior em breve. Diferentemente do que tem sido veiculado recentemente, estamos trabalhando para melhorar os aeroportos - disse João Márcio Jordão, diretor de operações de Infraero.

Com o Brasil em crescimento econômico, São Paulo tem se despontado também como um dos principais destinos turísticos do Brasil. São mais de 11 milhões por ano, com permanência média de dois a cinco dias. Segundo Caio Luiz de Carvalho, a capital paulista deixou há tempos de ser vista como uma cidade apenas de negócios para ser a melhor opção cultural no país do futebol, do sol e da praia.

- O turismo em São Paulo está crescendo. E nossa proposta é diferente. Sol e praia têm no mundo inteiro. Nós apostamos no tripé negócio, evento e cultura. Temos estudos que apontam que o turista de sol e praia gasta 79 dólares por dia. E aquele que opta por esse tripé desembolsa 157 dólares. É ele que nos interessa. Um turista que vem a São Paulo vale por quase dois do sol e praia - avaliou Caio.

Principal polo econômico do país e cidade mais rica, São Paulo tem números superlativos. São 12,5 mil restaurantes, 15 mil bares, 500 churrascarias, 250 restaurantes japoneses, 3,2 mil padarias, 10,4 milhões de pães consumidos por dia, seis mil pizzarias, com um milhão de unidades comercializadas por dia, 90 mil eventos por ano, 410 hotéis, 160 teatros, 600 espetáculos por ano, 110 museus, 260 salas de cinema, 88 bibliotecas, nove estádios de futebol, 33 mil táxis...

Todos esses números já são realidade. E estão à disposição (e em crescimento) para a realização da Copa do Mundo. O que falta mesmo é ampliar o sistema de mobilidade urbana e deixa-lo como principal legado.

- O principal depois da Copa do Mundo não serão os estádios, muito menos a importante mudança que ocorrerá na zona leste, mas sim o que as pessoas que vivem em São Paulo vão crescer em educação e cultura. Além disso, tem também a questão da mobilidade. O sistema de transportes vai crescer muito. Ficamos trabalhando muito tempo em estádio e esquecemos o restante - finalizou Caio.

São Paulo pode até estar adiantada em relação às outras 11 sedes em termos de estrutura, mas ainda falta muito para o ideal. E a cobrança a partir de agora, com a confirmação da cidade como sede da abertura, será ainda maior.
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