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África do Sul encerra apuração;Zuma deve ser novo presidente

Folha Online

O partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) venceu as eleições nas África do Sul com 65,9% dos 18 milhões de votos --a apuração do pleito terminou neste sábado (25). O resultado coloca Jacob Zuma, 67, líder do partido, como principal nome para a para a Presidência da República, entretanto o percentual é menor do que a legenda precisava para poder reformar Constituição sem fazer alianças.

A vitória do CNA, e de Zuma, nunca foi exatamente uma dúvida -- pelo sistema sul-africano, o líder da agremiação majoritária é eleito presidente pelo Parlamento. A expectativa era se o partido do ex-presidente Nelson Mandela (1994-1999) iria conseguir os dois terços das 400 cadeiras do Parlamento. Em 2004, a legenda obteve 69,69% dos votos, quando era liderado por Thabo Mbeki, rival de Zuma. Em 1999 o índice havia sido de 66,35% e em 1994, 62,64%.

Ishmael Mnisi, porta-voz do CNA, afirma que o fato de o partido não ter conseguido os dois terços não é importante. "Nós não nos guiamos muito por porcentagens", afirma. "Nós sempre dissemos que não precisamos desses dois terços. Nós também não temos a intenção de mudar a Constituição."

O principal partido de oposição, a Aliança Democrática (AD), ficou com 16% dos votos, enquanto o Congresso do Povo (Cope, em inglês), grupo formado por dissidentes conservadores do CNA após a destituição, em setembro, de Thabo Mbeki da Presidência da África do Sul, ficou com 7% dos votos, em terceiro lugar.

Zuma se apresenta como um defensor dos pobres, e para muitos eleitores as credenciais do CNA trazidas da sua luta contra o regime de segregação racial ainda superam as frustrações com o fracasso de seus sucessivos governos no combate à criminalidade, à pobreza e à Aids.

Uma das primeiras tarefas de Zuma será tranquilizar os investidores, que temem a influência de sindicalistas de esquerda sobre o seu governo. O ministro das Finanças, Trevor Manuel, está cotado para permanecer no cargo, num momento em que a África do Sul corre o risco de viver sua primeira recessão em 17 anos.

Zuma também promete combater a criminalidade desenfreada, que ameaça a Copa do Mundo de 2010 no país.

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