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Governo aguarda transferência de Polegar de Bangu 1, no Rio

G1

A Secretaria de Segurança Pública do Rio aguarda decisão do Tribunal Justiça para a transferência do traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, que passou a noite de sexta-feira (21) no presídio de segurança máxima Bangu 1, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) ainda não respondeu à solicitação do secretário José Mariano Beltrame, que pede a autorização de transferência de Polegar para um presídio federal fora do estado.

Ele foi preso no Paraguai na quarta-feira (19) e desembarcou no Rio na tarde de sexta, sob forte esquema de segurança da Polícia Federal.

Na sexta-feira, antes de ser encaminhado ao presídio em Bangu, Polegar foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), para fazer exame de corpo de delito, e em seguida, foi à sede da Polícia Federal, onde foi identificado.

Vida fora do padrão
O delegado Vitor Poubel, responsável pela Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, afirmou, na sexta-feira à noite, que o traficante tinha uma vida fora dos padrões daquela localidade.

“Ele estava vivendo uma vida fora dos padrões daquela localidade, tanto que ele foi preso comprando um carro de luxo”, disse, durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio.

Polegar foi preso na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, quando tentou comprar um carro de luxo usando documentos falsos, com o nome de José Targino da Silva Júnior. Segundo a Polícia Federal, ele foi expulso do Paraguai por causa do crime de falsificação de documento.

Poubel afirmou que a prisão foi feita por policiais paraguaios que auxiliavam a Polícia Federal brasileira a prender traficantes que fogem do Brasil. “Eles não querem traficante brasileiro atuando em território paraguaio. Eles já tinham a informação, o trabalho estava sendo feito pela polícia paraguaia.”

No entanto, Poubel não quis informar se Polegar continuava atuante no tráfico de drogas enquanto morava fora do país. Segundo ele, investigações ainda estão sendo feitas.

Polegar estava morando com a família no Paraguai, segundo o delegado. A mulher dele já está no Brasil.

Polegar chegou em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, por volta das 11h15 (horário de Brasília) e estava com colete à prova de balas, que foi retirado pelos policiais da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Leonardo Duarte, explicou que a expulsão é um “ato de soberania” do país e um procedimento muito mais rápido do que a extradição. Duarte disse que, no caso de Polegar, a expulsão foi feita com penalidade, em que ele não pode voltar ao Paraguai.

UPP na Mangueira
Polegar é apontado como chefe do tráfico na Mangueira, na Zona Norte do Rio. Em junho, policiais fizeram uma megaoperação na Mangueira para a instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora da cidade. A UPP ainda não foi inaugurada, mas a data da inauguração ainda não foi informada.

Polegar é considerado um dos quatro mais importantes chefes do tráfico do Rio que estava foragido. O acusado estava no Conjunto de Favelas do Alemão durante operação de retomada do morro, em dezembro de 2010, mas fugiu.

Condenado a 22 anos por tráfico e associação para o tráfico, Polegar obteve o benefício para o regime aberto após cumprir um sexto da pena na Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte da cidade. Ele deixou o presídio no dia 14 de setembro de 2009 pela porta da frente e não voltou mais.
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