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Greve paralisa obras na Mercedes-Benz

R7

Os trabalhadores da montadora alemã, Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, entraram em greve. A unidade, que estava em fase de testes, está com a produção paralisada desde quinta-feira (20). A fábrica passa por obras de adequação da linha de montagem para a produção do caminhão pesado Actros a partir de janeiro de 2012.

Os grevistas impediram também a entrada dos operários terceirizados que tocavam as obras. São 800 funcionários diretos em greve e 700 terceirizados que ficaram impedidos de trabalhar, conforme informou o sindicato dos metalúrgicos do município.

Além de reajuste salarial de 10% (correção de 7,4% da inflação mais um ganho real de 2,6%), eles exigem o pagamento de um abono no valor de R$ 2.500 - o mesmo que receberam os trabalhadores da fábrica da Mercedes em São Bernardo do Campo (SP), mas que não contemplou os empregados da unidade mineira. A empresa já teria oferecido aos trabalhadores um aumento de 9% sem abono, segundo o sindicato, proposta descartada pelos grevistas.

A Mercedes-Benz informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a paralisação das obras não afetará o cronograma para início da produção do Actros, já que as obras estão avançadas e “com margens mais seguras”. A empresa não comentou detalhes das negociações.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, João César da Silva, não há previsão de retorno ao trabalho. Em decorrência das obras para adequação da linha de montagem, a produção era pequena, sendo montados diariamente cerca de 20 caminhões.

Segundo o vice-presidente do sindicato, Henrique Almeida, a paralisação continuará na próxima semana, inclusive com o impedimento da entrada dos operários das obras. “A empresa alega que não pode pagar o abono, mas vamos manter a reivindicação”, afirmou. Na segunda-feira, eles esperam ser chamados para nova rodada de negociações com a empresa.

A fábrica da Mercedes-Benz em Minas se prepara para produzir em larga escala o caminhão Actros, em janeiro de 2012, após consecutivos projetos mal sucedidos.

Inaugurada em 1999, a unidade sempre foi subutilizada, embora diversos projetos tenham sido desenvolvidos. Na readaptação da linha de montagem estão sendo realizados investimentos de R$ 458 milhões. A produção complementará a que já ocorre no ABC.
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