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Usar a linguagem coloquial não é errado, diz professor de português

G1

 A linguagem do dia a dia é o tema da aula desta segunda-feira (24) do Projeto Educação. O cenário é a Faculdade de Direito do Recife, responsável pela formação de nomes que marcaram a história do Brasil como Rui Barbosa, Castro Alves, Joaquim Nabuco e Tobias Barreto. Este espaço sofisticado, cheio de requinte, testemunhou diversos debates jurídicos, defesas de teses e solenidades, situações de muito rigor e formalidade em que a língua portuguesa sempre precisou ser tratada com muito respeito e, principalmente, correção.

Neste templo da linguagem acadêmica formal, o professor de português Vicente Santos, chama a atenção para a forma como o idioma é tratado, não em ambientes assim, mas nas ruas, nas praças e pelo povo brasileiro.

“Nós falamos de várias maneiras diferentes, depende das circunstâncias e do interlocutor. A partir daí é que geram as variações. Por exemplo, o verbo ter no sentido de existir não deve ser usado, mas todo mundo usa. Eu não diria que é um erro, é a linguagem coloquial”, ensina o professor.

Vicente também fala que no dia a dia, as pessoas usam ‘te adoro’, ‘te conheço’ e ‘me espere’, mas a rigor seria ‘adoro-te’, ‘conheço-te’ e ‘espero-te’. “Os concursos dos vestibulares vêm valorizando muito a variação linguística. A rigor nada é errado nem certo, ninguém fala bonito ou feio, fala diferente”, explica.

Já aqueles que buscam o conhecimento formal, encontram na biblioteca da Faculdade de Direito mais de 90 mil títulos à disposição. São livros raros, em vários idiomas e sobre diversas áreas do saber. “A biblioteca da faculdade é um verdadeiro laboratório de conhecimento. Acredito que é a mais antiga de Pernambuco e muito relevante”, diz a bibliotecária Maria Bernadete Amazonas.
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