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Notícias / Educação

Método de avaliação do Enem evitaria distorção entre provas

G1/JN

Apesar dos pedidos feitos à Justiça de anulação total ou parcial do Enem, o governo mantém a decisão de aplicar nova prova apenas aos alunos do colégio onde houve o vazamento, em Fortaleza. A dúvida dos candidatos é se ninguém vai sair prejudicado com isso.

A preparação para o Enem exigiu meses de dedicação de alunos do Brasil inteiro. A decisão do governo de aplicar uma nova prova em Fortaleza causou frustração.

“A gente fica querendo saber se a prova vai ser mais fácil que a que gente fez”, comenta a estudante Maria Carvalho.

“Pode ser benéfico ou maléfico, porque eles podem pegar uma prova mais difícil ou mais fácil”, diz outra aluna.

O governo acredita que ninguém vai ser prejudicado porque é possível fazer provas diferentes com o mesmo grau de dificuldade. A avaliação do Enem é feita pela teoria de resposta ao item, o TRI, em que a nota não depende só do total de acertos, mas do tipo de questões acertadas - uma forma de correção já usada no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, aqui no Brasil, e no ensino médio americano.

Mas como esse método funciona? No Enem, existem questões fáceis, de média dificuldade e as difíceis. E cada uma vale uma quantidade de pontos. Os alunos não sabem quais são essas questões. Quanto mais respostas difíceis o candidato acertar, maior poderá ser a nota. E ainda existem outros critérios de pontuação.

As respostas são analisadas por um programa de computador. Numa tabela, o diretor pedagógico Fábio de Oliveira explica: se o estudante acertar as questões difíceis e errar as fáceis de um mesmo assunto, o computador entende que ele chutou. Nesse caso, o aluno ganha menos pontos para cada acerto.

“Ninguém sai prejudicado, porque o objetivo maior da TRI é exatamente este, permitir a comparação dos alunos que fizeram avaliações diferentes”, afirma Oliveira.

O professor da UFJF Tuffi Soares Machado, especialista em avaliações de ensino, diz que o MEC precisa agora aumentar o banco de questões usadas no Enem. “Se o número de itens fosse maior, mesmo que tivesse havido o vazamento de um, dois ou três cadernos, a chance de haver itens comuns entre o pré-teste e o teste do Enem seria muito pequeno”.

O Inep - instituto que organiza o Enem - reconheceu que o banco de dados ainda não é o ideal. Mas, segundo o instituto, é suficiente para as provas deste ano.
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