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Notícias / Educação

UFMT aprova 50% de reserva de vagas para alunos cotistas

Da Redação - Priscilla Vilela

A Universidade Federal do Mato Grosso é a mais nova integrante do sistema afirmativo, que disponibiliza reserva de vagas para estudantes de escolas públicas e negros. A decisão foi tomada após mais de cinco horas de discussões e votações entre os 48 conselheiros, determinando que 50% das cadeiras da instituição sejam divididos para a ação.

A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder admitiu que a instituição está saturada e que muitos cursos podem sofrer resistência à implantação da reserva de vagas, já que a estrutura da universidade não acompanha o aumento crescente do número de estudantes. Mesmo assim, ela destacou a importância da decisão tomada pela UFMT.

“Este é um dia histórico para a UFMT e eu estou orgulhosa de ser a reitora desta universidade; é o momento de fazermos parte da história”, afirmou, após a votação final. Ficou estabelecido que, do total reservado, 30% é destinado aos estudantes do ensino público – com comprovação de vida estudantil do ensino fundamental ao médio – e 20% caberá aos cotistas por reserva racial. Os estudantes deverão escolher uma das opções, no sistema universal ou cotista, e concorrerão às vagas na parcela optada.

A porcentagem para a distribuição do programa foi destacada como essencial para a elaboração de um grupo de candidatos semelhantes entre si, e que evitem o isolamento social, segundo um dos conselheiros, ex-estudante de biomedicina na UNB. De acordo com o vice-reitor, Francisco José Dutra Souto, a porcentagem eleita é essencial para evitar o isolamento dos estudantes.

Decorridos dez anos da implementação deste programa, uma comissão formada pela Proeg (Pró-reitoria de Ensino e Graduação) e representantes das entidades fará uma análise da situação para elaborar um relatório sobre a  necessidade de se manter ou não o sistema de cotas.

O pedido para a adoção do sistema de cotas foi feito pelo Ministério Público Federal, que solicitou o cumprimento da política sobre vagas. A análise do processo foi feita no início deste mês [outubro], porém, adiado após um longo embate, que chegou a levar os estudantes do ensino público e privado para a porta da reitoria.
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