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No TRF-5, AGU protocola recurso contra anulação de questões do Enem

G1

Foi protocolado no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), no Recife, na tarde desta quinta-feira (3), um pedido de suspensão da liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará para anular 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O pedido foi trazido por três procuradores da Advocacia Geral da União (AGU) que não foram autorizados a falar com a imprensa. O documento vai ser encaminhado ao presidente do TRF-5, Paulo Roberto de Oliveira Lima, que está em Brasília, participando de uma reunião do STJ e volta ao Recife na segunda-feira, segundo a assessoria de imprensa do TRF-5.

A intenção do MEC é que a decisão da Justiça seja restrita a alunos de Colégio Christus, em Fortaleza, Ceará, que teve acesso às 13 questões antes da prova. O ministro da Educação, Fernando Haddad, pretendia ter uma audiência com o desembargador Paulo Roberto, mas ele está viajando. Para o Ministério, o vazamento foi pontual e a melhor solução seria cancelar o Enem apenas para os 639 alunos de Fortaleza ou anular, para o mesmo grupo, apenas as 13 questões. A prova tem um total de 180 questões.

Entenda o caso
A antecipação de questões foi revelada em 26 de outubro, três dias após o Enem, quando um aluno do colégio cearense publicou, em seu perfil no Facebook, fotos de quatro apostilas distribuídas por um professor. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que a escola recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados.

O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores ao exame com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23) e, no próprio dia 26, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.

Na época, o ministério deu aos candidatos do Christus a oportunidade de refazer o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas.

Mas insistiu que o problema não afetou os demais estudantes do Brasil e, portanto, não havia a necessidade de anular as questões.

O Ministério Público Federal do Ceará, porém, entrou com uma ação judicial para anular o Enem 2011 para todo o país, ou pelo menos das 14 questões antecipadas. O procurador da República Oscar Costa Filho, responsável pela ação, defendeu que a anulação parcial ou total em todo o Brasil são as únicas formas de manter a isonomia do Enem em território nacional.

O juiz federal Luís Praxedes Vieira analisou o caso na segunda (31) e ouviu a defesa do MEC, apresentada pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman. A Justiça optou por não cancelar a edição deste ano do Enem, mas anulou, para todos os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram as provas, 13 questões.
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