Imprimir

Notícias / Esportes

De volta ao Palmeiras, César Sampaio fala em paz e até duras em Felipão

Globo Esporte

Apresentado oficialmente como novo gerente de futebol do Palmeiras, o ex-volante César Sampaio se mostrou disposto a ajudar o clube das mais variadas maneiras. Além de fazer a sua função – uma espécie de meio de campo entre diretoria e comissão e cuidar das contratações - , o agora dirigente disse que pode conversar com jovens e atletas mais experientes para conhecer melhor a situação do clube e saber como resolver algumas questões mais específicas.

- Eu estou aqui para somar e fazer o Palmeiras forte – disse, usando expressões bem conhecidas dos tempos de boleiro.

A primeira vez de César Sampaio no Palmeiras foi em 1991, quando fez parte do time que foi bicampeão do Brasileiro, na chamada “era Parmalat”. Depois, o atleta ainda voltou ao clube em 1999, quando foi campeão da Libertadores com Luiz Felipe Scolari. Agora, ele afirma que chegou a recusar três convites para o retorno por não se sentir preparado para a função. Aos 43 anos, ele acredita que o fato de ter estudado Gestão do Esporte pode o tornar mais capacitado para lidar com os problemas do clube.

Durante quase 1h, Sampaio falou sobre seus planos, o momento do Palmeiras no Brasileiro – 13º colocado, com 41 pontos - e até em dar algumas duras no seu ex-técnico. Confira os principais trechos da entrevista.

Passado e presente
“Quando cheguei aqui, em 91, o time estava há 16 anos na fila. Era uma situação adversa, de insegurança muito grande, num cenário não muito diferente de hoje, com hostilidade de torcedores. Nós, jogadores, abraçamos a causa, assumimos as responsabilidades. Eu me engajo na responsabilidade deste grupo e me sinto preparado. Hoje posso contribuir não só como ex-atleta e acadêmico, mas também na parte administrativa, no planejamento e correção de rota. Temos ferramentas para controlar o Palmeiras”.

Missão
“Uma das condições que negociei foi para que pudesse ser ouvido nas minhas ideias. Hoje tenho pontos de vista mais claros, não sou dono da verdade nem mágico. O Palmeiras tem em todos os departamentos erros. O Vasco teve problemas com o Roberto Dinamite e o Corinthians com o Andrés Sanchez (ambos passaram pelo rebaixamento no Brasileiro). Mas o importante é aprender e corrigir. Temos de encerrar o ano com dignidade e fazer um planejamento para 2012 ser melhor”.

Necessidade de reforços
Se estivesse numa posição melhor e jogando melhor nem precisaria responder. Algumas peças não funcionaram e precisamos corrigir isso. Se fizermos as mesmas coisas dificilmente o resultado vai ser diferente. Temos de resgatar a confiança. O Palmeiras continua sendo uma grande marca. É importante tentar engajar isso e para 2012, com tempo maior que agora para equacionar e fazer um ano digno da importância do clube".

Conversa para saber a situação de Kleber
“Não vivi isso, só li. Não sei se quer ficar, se existe proposta, se o Felipão quer que saia. Se o Felipão quiser que ele fique e ele quiser, poxa! É um baita jogador. Eu converso com eles. Estou aqui para somar e fazer o Palmeiras forte".

Motivação do grupo
“Venho fazer esse elo entre atletas, comissão e direção. Por ter jogado no meio campo estou acostumado (risos). Tenho transitado bem, tive sucesso, venci mais no Palmeiras, mas também joguei em outros grandes. Venho para tentar trazer a paz e recuperar a confiança, acertar os ruídos de comunicação e tentar direcionar o clube. Não tenho muito tempo para mexer (no time). Temos de corrigir no que está aqui. Acredito neles (jogadores) e quero fazer com que eles acreditem também".

Duras em Felipão
“Essa era a maior dúvida que sempre tiveram e estou aqui para isso. O que achar que não está correto, até para ele me explicar, vamos bater um papo. É contraponto mesmo. Mas divergências a gente cresce com ela. Tenho liberdade com ele, era capitão do time e com ele era só enrosco. Estou aqui para fazer isso, vou ter de cobrá-lo e espero que ele aceite. E que mostre se estiver errado e se eu estiver certo, que aceite".
Imprimir