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Notícias / Carros & Motos

GM quer governo dos EUA como seu maior acionista

AE

A montadora norte-americana General Motors apresentou nesta segunda-feira (27) um novo plano de sobrevivência que deixaria o governo dos Estados Unidos como seu acionista majoritário em troca de uma ajuda federal adicional de US$ 11,6 bilhões. De acordo com a Dow Jones, o executivo-chefe da GM, Fritz Henderson, disse que o governo não terá representação no conselho executivo da empresa.

O plano também inclui uma ambiciosa oferta de troca de dívida que deixa a montadora mais próxima da reestruturação por meio de um corte de concordata, disse a Dow Jones.

Comunicado da montadora informa que a GM propôs a troca de 50% de sua dívida com o Departamento do Tesouro dos EUA e com o sindicato dos trabalhadores, o United Auto Workers (UAW) por ações da empresa e, com isso, espera uma redução de pelo menos US$ 20 bilhões em seu débito com as duas partes.

A agência Dow Jones informou que, com essa operação, 89% das ações da GM reestruturada ficariam com o Tesouro e com o UAW e isso permitiria que a montadora recebesse mais US$ 11,6 bilhões em ajuda federal. A montadora tem sobrevivido por conta de empréstimos federais de US$ 15,4 bilhões concedidos no final do ano passado.

Além dessa operação com governo e sindicato, o plano inclui uma ambiciosa oferta aos credores para troca de uma dívida de US$ 27 bilhões por ações. Contudo, o executivo-chefe da GM, Fritz Henderson, disse que a aceitação da proposta pelos credores "está longe de certa" e que o pedido de concordata tem, neste momento, "maior probabilidade" de ocorrer. De acordo com a Dow Jones, Henderson afirmou durante entrevista coletiva à imprensa que um pedido de concordata "poderia ser feito em 60 dias".

A GM está oferecendo aos credores 225 ações ordinárias a cada US$ 1.000 do volume principal da dívida em circulação. A troca será realizada apenas se 90% dos credores concordarem com os termos. A companhia disse por meio de um comunicado que espera pedir concordata se não houver adesão suficiente. A data limite para os credores aderirem à oferta é 26 de maio.

No total, a conversão da dívida com o Tesouro dos EUA e com o UAW e a troca por ações proposta aos credores poderão resultar em uma redução de pelo menos US$ 44 bilhões na dívida da GM, de acordo com comunicado da companhia.

Fritz Henderson disse no início deste mês que a Casa Branca teria exigido cortes de custos "mais rápidos e profundos". Isso deverá acontecer. Sob o plano divulgado hoje, a GM irá demitir 21 mil funcionários, um terço de sua força de trabalho nos EUA, de 61 mil empregados, e irá reduzir em 42% o número de concessionárias, que passarão de 6.246 para 3.605.

A montadora anunciou a eliminação da Pontiac até 2010 para se concentrar nas quatro marcas principais nos EUA - Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC - e reduzirá o número de modelos para se focar em programas de desenvolvimento de novos produtos. O número de modelos será reduzido de atuais 48 para 34 até 2010 enquanto o número de fábricas nos EUA passará de 47 em 2008 para 34 ao final de 2010 e para 31 ao final de 2012.

A companhia também anunciou que irá resolver o que fazer com suas marcas Saab, Saturn e Hummer até o final de 2009 "no mais tardar".

Sob o plano, os custos trabalhistas serão reduzidos de US$ 7,6 bilhões em 2008 para US$ 5 bilhões em 2010. Como resultado dessa e de outras ações, os custos estruturais da GM América do Norte deverão recuar 25% para US$ 23,2 bilhões até 2010, de US$ 30,8 bilhões em 2008. As informações são da Dow Jones.
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