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Em ensaio para o Mundial, Santos vence Vasco e ajuda o Corinthians

Globo Esporte

Três pontos para o Santos. Que serviram para o Corinthians. Sem dar muitas chances para o Vasco, o Peixe venceu a equipe carioca por 2 a 0, neste domingo, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, e acabou ajudando o seu maior rival. O time da Colina, com um simples empate, poderia ter retomado a liderança, já que o Corinthians perdeu para o lanterna América-MG em Uberlândia. Com os dois tropeços, Timão e Vasco permanecem com 58, mas a equipe do Parque São Jorge lidera, pelo número de vitórias.Já o Alvinegro Praiano vai a 48 pontos, em nono lugar.

Neymar e Borges marcaram os gols santistas. O artilheiro do Brasileirão, aliás, chegou a 23 tentos e quebrou um recorde que durava 28 anos. Ele ultrapassou Serginho Chulapa e se tornou o jogador do Peixe com mais gols em uma edição de Brasileiro.

Neymar garante vantagem


O Santos entrou com fome. O clima era favorável ao time alvinegro: estádio lotado, torcida motivada pelo retorno de Paulo Henrique Ganso, após 63 afastado por lesão, e, principalmente, pela presença de Neymar, que disputou seu primeiro jogo depois de ser indicado à Bola de Ouro da Fifa. Logo aos 3 minutos de jogo, o astro, numa cobrança de falta, abriu o placar, contando com a colaboração de Renato Silva, que desviou e tirou a bola do alcance de Fernando Prass. A intervenção de Renato foi tão sutil, que a arbitragem deu gol para o jogador do Peixe. É o 97º gol de Neymar, que está a três do 100º.

O Peixe seguia em cima, sufocando o Vasco, criando chances, mais na base do abafa do que em jogadas mais organizadas. Aos poucos, porém, a equipe carioca foi equilibrando as ações. Acertou a marcação no meio de campo, vigiando bem Neymar. Os santistas tentavam entrar tocando, mas paravam na zaga e também no péssimo estado do gramado da Vila, que já foi referência, mas atualmente está bastante castigado.

A equipe da Colina ameaçou pela primeira vez aos 12 minutos, quando Juninho cobrou escanteio da direita e Elton apareceu livre no primeiro pau para escorar. Rafael, no reflexo, espalmou. O Vasco percebeu que o caminho era pelo alto. Passou a cruzar bolas na área do Santos, sempre com perigo. Aos 23, numa dessas jogadas, Diego Souza subiu mais alto que Danilo e escorou bem, estufando as redes. O juiz André Luiz Castro, porém, invalidou o lance, considerando que o vascaíno fez carga no santista. O camisa 10 carioca ficou inconformado.

Com o passar do tempo, o ímpeto dos dois times foi diminuindo e o jogo se tornou apenas morno: o Vasco tentava ir para cima, mas não conseguia concluir jogadas. O Santos buscava os contra-ataques, mas errava o último passe. O estádio só voltou a explodir aos 37 minutos. As duas torcidas vibraram com o gol do América-MG sobre o Corinthians, em Sete Lagoas. Os santistas festejaram pela rivalidade. Os vascaínos, porque seu time luta pela liderança do Brasileirão com a equipe do Parque São Jorge.

Peixe se garante no contra-ataque


O Vasco voltou para o segundo tempo aceso e partiu para o abafa. Logo aos dois minutos, o ímpeto carioca provocou um lance polêmico: Fagner apareceu livre pela lateral-direita e cruzou. A bola bateu na mão de Durval. O árbitro considerou o toque do santista acidental, para desespero dos vascaínos, que reclamaram muito o que consideraram pênalti não marcado.

A estratégia do Santos era clara: atrair o adversário e surpreender nos contra-ataques. E houve chances para isso. Aos 8, a equipe da casa perdeu uma chance incrível: Ganso lançou Neymar, que partiu livre em direção ao gol. Quando chegou de frente para Fernando Prass, rolou para Borges. O artilheiro tentou o toque de primeira. O goleiro estava batido, mas Fagner apareceu para salvar o que seria o segundo gol santista.

Neymar, liso como sempre, era o responsável pelas principais investidas do Peixe, que parecia que mataria o jogo em contra-golpes a qualquer momento. Aos 13, ele recebeu pela esquerda, livrou-se de dois marcadores e inverteu para Danilo, que descia livre pela direita. O ala acertou uma bomba. Fernando Prass espalmou. O Vasco parecia entregue e o Santos perdia chances. Aos 17, Neymar entortou Renato Silva, abriu espaço e rolou para Ganso, que emendou de direita e errou o alvo.

O técnico Cristóvão Borges mexia no time tentando aumentar o poder de fogo de sua equipe. Elton, Eder Luis e Julinho foram substituídos, respectivamente, por Bernardo, Leandro e Diego Rosa. Pouco adiantou. Além de não conseguir criar, o Vasco deixava espaços perigosos para o Santos criar jogadas. Aos 29, Adriano roubou a bola no meio de campo e deu para Neymar, que avançou e abriu para Borges. O artilheiro, que andava apagado, acertou um tiro forte, certeiro, de pé direito, acertando o ângulo esquerdo alto de Prass.

O gol de Borges é histórico. Foi o seu 23º gol no Brasileirão. Ele quebra o recorde de Serginho Chulapa, de 1983, e se torna o santista com mais gols em uma edição de Brasileiro. Na comemoração, o goleador homenageou os seus filhos gêmeos, Matheus e Gabriel, que nasceram semana retrasada.

O Vasco se entregou, abatido. O Peixe passou a trocar passes, esperando o tempo passar. Para os santistas, a partida foi encarada como um primeiro ensaio para o Mundial de Clubes. Por enquanto, tudo saiu de acordo com o script. Para os vascaínos, fica o gosto amargo de deixar a chance de ser líder isolado escapar.

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