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Estudantes da USP concluem exames de corpo de delito em IML

G1

Os 72 estudantes da Universidade de São Paulo (USP) detidos durante a ação de reintegração de posse do prédio da reitoria. terminaram na madrugada desta quarta-feira (9) os exames de corpo de delito. Os dois últimos jovens a serem examinados deixaram o Instituto Médico-Legal (IML) da Zona Oeste de São Paulo por volta das 3h45. Terminados os testes, todos foram liberados.

Para realizar os exames, que começaram no final da noite de terça (8), os universitários foram divididos em grupos de 10 jovens.

Terminados os exames, eles deixavam o complexo e eram levados à delegacia local para receber o alvará de soltura. Mas mesmo com a liberação nas mãos, os jovens permaneceram à frente do 91º DP, gritando palavras de ordem, até o último aluno ser liberado.

Um grupo informou que todos os estudantes participariam de uma assembleia na Cidade Universitária a partir das 18h de quinta-feira (10). Eles não informaram, no entanto, sobre o assunto que tratariam na reunião.

Fiança
Defensores dos estudantes da USP pagaram, na noite de terça, uma fiança de R$ 39.240 para garantir a liberdade de todos.

“Esse dinheiro foi arrecadado por mais de 500 entidades que apoiam o movimento estudantil”, disse a advogada Eliana Lucia Ferreira, que trabalha para o Conlutas. A defesa dos estudantes foi feita em sua maioria por advogados ligados a grupos sindicais e sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

Agressão
Os estudantes detidos disseram que a Tropa de Choque da Polícia Militar agiu de forma truculenta. Em entrevista nos fundos do 91º DP, onde o caso foi registrado, os alunos afirmaram que os coquetéis molotov encontrados no interior do edifício foram “plantados”.

“A gente só tinha lá dentro diesel para o gerador. Mas os coquetéis não eram nossos”, disse o estudante de letras Rafael Alves, de 29 anos.

Segundo Rafael, os objetos encontrados destruídos no interior da reitoria também não foram danificados por eles. Questionado sobre os fogos de artifício apreendidos, o jovem confirmou que eram dos ocupantes. “A gente ia usar para alertar os estudantes de outras faculdades. Mas não deu tempo.”

Alguns alunos relataram ter sido vitimas de violência policial. Michel de Castro, de 25 anos, disse que nem estava no interior da reitoria mas acabou preso. “Fui ajudar os companheiros do lado de fora e um policial do Choque me empurrou e deu uma ‘escudada’”, disse o jovem, mostrando um corte em seu supercílio.

A Polícia Militar negou qualquer tipo de abuso por parte dos policiais que participaram da ação. Mais cedo, o major Marcel Soffner, porta-voz da corporação, afirmou ao G1 que imagens do trabalho da Tropa de Choque no edifício divulgadas para a imprensa são um exemplo da transparência da PM. “Não temos nada a esconder”, disse.
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