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Entrega? Palmeiras busca empate com o Vasco e ajuda rival Corinthians

Globo Esporte

O atual Palmeiras pode não ser um primor de técnica ou jogo bonito, mas dignidade não falta aos comandados de Luiz Felipe Scolari. Nesta quarta-feira, ainda precisando de pontos para fugir do rebaixamento, o Verdão somou mais um e ainda ajudou o rival Corinthians ao empatar por 1 a 1 com o Vasco, no Pacaembu. Muito abaixo da média, o time carioca até saiu na frente, com Dedé, mas não segurou a pressão alviverde no segundo tempo e deixou o Timão abrir dois pontos de vantagem na ponta do Campeonato Brasileiro.

Nos primeiros dez minutos, a equipe de Cristóvão Borges manteve o nível das atuações anteriores e encurralou o Verdão. Depois, porém, se perdeu e chegou a lembrar o Palmeiras de seus piores dias da temporada. O empate leva o Vasco aos 62 pontos, ainda na vice-liderança, mas vendo o Corinthians com 64 – o atual líder venceu o Ceará por 1 a 0, em Fortaleza.

Jogando sua vida para evitar o risco de rebaixamento, o Palmeiras chega aos 43, ultrapassa Bahia e Atlético-GO, e mantém uma distância de seis pontos para a zona da degola, a três rodadas do fim do Brasileirão. Dentro de suas limitações, o Verdão atuou bem pelo segundo jogo seguido. No entanto, já são dez jogos sem vitórias.

Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta o Bahia, em Pituaçu, no domingo, às 19h (de Brasília). Já no sábado, o Vasco recebe o Avaí também às 19h, em São Januário.

Iluminado, de novo...


Não deu tempo nem de os palmeirenses se ajeitarem nas geladas arquibancadas do Pacaembu. O Vasco mostrou que queria logo resolver o jogo e encurralou o time da casa em seu campo de defesa, adiantando a marcação e apostando na fase iluminada daquele que é, hoje, o melhor jogador da equipe. Logo aos três minutos, foi o zagueiro Dedé quem subiu sozinho na pequena área, contou com uma saída errada de Deola e aproveitou sem problemas o escanteio cobrado por Felipe: 1 a 0 rápido, eficiente e preciso. 1 a 0 no melhor estilo Dedé. Quarto gol nos últimos três jogos.

Com a vida resolvida lá na frente, Dedé voltou à sua função inicial e não perdeu uma bola aérea sequer, justamente na principal arma do Palmeiras. Marcos Assunção, sempre de falta, exigiu duas belas defesas de Fernando Prass. Com a bola no chão tem faltado inspiração, mas ao menos se manteve a disposição do empate por 2 a 2 com o Grêmio – foi o suficiente para uma pequena pressão sobre o rival.

O problema é que o domínio aéreo de Dedé forçou o Verdão a jogar com tabelas e jogadas rápidas de seus atacantes. Isso, o time de Luiz Felipe Scolari não tem. Para variar, o Palmeiras martelou demais e não conseguiu nada. E para variar novamente, o Vasco apostou na rapidez de seus jogadores ofensivos e quase marcou o segundo. Diego Souza, pelo lado esquerdo, puxou pelo menos duas situações de perigo à defesa alviverde. Deola precisou intervir.

Nas arquibancadas, a torcida vascaína se inflamou a cada toque na bola de Dedé. A torcida palmeirense, em maior número, limitou-se a reclamar de cada erro bobo de passe no meio-campo, ainda assim sem muito entusiasmo. O público presente no Pacaembu representou bem o atual estado de espírito de cada equipe.

Entrega? Só no bom sentido


Meio desligado, o Vasco deu campo para o rival no início da segunda etapa. E o Palmeiras avançava, aos trancos e barrancos, e levava mais perigo a Fernando Prass. Felipão percebeu o bom momento e resolveu inovar nas alterações, algo que não fazia há algum tempo: lançou os esquecidos Pedro Carmona e Dinei, e eles deram nova dinâmica ao ataque palmeirense.

Logo no primeiro lance com os dois em campo, saiu o empate que já era justo. Aos 18, após cobrança de escanteio de Assunção e confusão na área, Dinei atrapalhou Prass e a bola sobrou limpa para Luan, ilha de lucidez no ataque alviverde. De frente para o gol, o atacante teve tranquilidade para dar um leve toque para o fundo das redes: 1 a 1 justo, prova de que o Verdão estava longe de querer entregar alguma coisa.

Aí a equipe da casa finalmente cresceu e provou que ainda tem valor. A torcida vascaína, já mais apreensiva, clamava pela entrada de Élton – o time passou quase 70 minutos sem centroavante de referência na área. Cristóvão Borges atendeu e o Vasco tentou se reorganizar, até o placar eletrônico entrar em ação: em Fortaleza, Ceará 0 x 1 Corinthians. Pressão extra para os cariocas, que gritaram das arquibancadas: “Entrega, entrega”. O Palmeiras se entregou, mas no sentido positivo, correndo ainda mais e buscando o gol da virada.

Os papeis se inverteram. O Palmeiras mostrou a organização que foi marca do Vasco no campeonato inteiro, enquanto o time cruz-maltino, ao contrário, apresentou um desespero típico do Verdão em seus dias mais difíceis da temporada. Felipe perdeu chance incrível dentro da área, Dedé levou mais perigo na bola aérea e Bernardo, que entrou na vaga de Éder Luis, pouco fez. O empate prevaleceu, com mais um passo alviverde rumo à salvação e uma ajuda involuntária ao rival histórico.
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