O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, fez uma defesa emocionada das atividades dos magistrados e do Poder Judiciário para a manutenção da liberdade e da independência no desempenho da atividade jurisdicional. Ele participou do lançamento da Frente Parlamentar Mista para o Aperfeiçoamento da Justiça Brasileira, nesta quarta-feira (23/11), em Brasília.

"Precisamos de independência para o judiciário brasileiro e também liberdade para os magistrados. Somos o pára-choque dos conflitos sociais. Por nossas mãos passam cobranças de um trilhão de reais da dívida ativa na justiça estadual e outros 370 bilhões de reais dentro da justiça federal. Como vamos enquadrar os poderes executivos se não tivermos justiça plena?", questionou.

Calandra acredita que a Frente Parlamentar pode trabalhar no sentido de tornar o judiciário brasileiro realmente independente. Ele citou o lema de Minas Gerais, inscrito na bandeira com a frase em latim 'Libertas Quae Será Tamem', que traduzido para o português significa "Liberdade ainda que tardia".

Ao defender a segurança dos magistrados, ele criticou duramente a falta de liberdade e independência do judiciário e os casos em que juízes são executados e vitimados pelo crime organizado.

"A máfia do óleo, a máfia das drogas e dos transportes ilegais continuam fazendo aquilo que sempre fizeram, infringindo a lei como se nada tivesse acontecido. No Brasil, o crimonoso sai do tribunal pela porta da frente junto com as testemunhas. Temos que mudar isso. Temos desafios do século 21 e ferramentas do século 20", ponderou.