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Test-drive: novo Civic quer acabar com a maré de azar da Honda

R7

Se você é daqueles que acreditam em sorte, provavelmente concorda que a Honda enfrentou uma zica danada nos últimos meses. Em março, o terremoto que devastou o nordeste do Japão forçou a interrupção da fabricação de peças naquele país. Em virtude disso, a montadora transferiu para a Tailândia parte de sua produção. Resultado? Enchentes que, nos últimos meses, forçaram a paralisação temporária da linha de montagem.

A diminuição na produção de peças - especialmente de componentes eletrônicos - causou atraso no lançamento do novo Civic no Brasil. O sedã médio, que deveria ter chegado em setembro, só começará a ser vendido na segunda quinzena de janeiro. Mesmo assim, a Honda optou por apresentar o carro à imprensa já nesta quinta-feira (24). O R7 dirigiu o modelo e conta como foi.

Novo velho conhecido

A primeira constatação é clara: o novo Civic não representa uma completa ruptura, como aconteceu com a oitava geração, lançada por aqui em 2006. Se por um lado isso pode passar ao consumidor uma incômoda sensação de "carro velho" - especialmente por causa do visual similar -, por outro dá a chance de manter qualidades e corrigir defeitos do modelo anterior. E vamos combinar que, diante da revolução que foi o agora "old Civic", seria muito difícil repetir a façanha.

O preço ainda não foi divulgado, mas a Honda afirmou que os valores de tabela serão "muito parecidos ou iguais" aos da geração anterior. Portanto, espere que a versão de entrada (LXS com câmbio manual) custe cerca de R$ 66 mil, enquanto o modelo de topo (EXS, com câmbio automático) saia por R$ 86 mil. A nomenclatura de versões para 2012 foi mantida, contando ainda com a intermediária LXL.





Maior mudança visual está na traseira, com lanternas mais conservadoras (Divulgação)

O novo Honda Civic produzido no Brasil traz diferenças em relação ao modelo americano. Para-choque dianteiro, conjunto de luzes e tampa do porta-malas estão entre as principais mudanças. No geral, o desenho ficou mais conservador atrás e ligeiramente mais agressivo na frente, como o R7 havia antecipado.

Por dentro, o painel em dois níveis ficou maior e ganhou uma central de informações (chamada de i-Mid), responsável por mostrar dados do computador de bordo. O volante também é novo e traz controles do som e do "piloto automático".

Em um movimento corajoso, a Honda diminuiu o entre-eixos do Civic em 3 cm (agora ele tem 2,67 m), embora a montadora afirme que o espaço interno tenha sido mantido graças ao reposicionamento da parede corta-fogo e do painel. No comprimento total, o carro ficou 1,6 cm maior (4,52 m), o que deu origem - comemore agora - a um porta-malas de 449 litros. São 109 litros a mais do que na geração anterior.

O motor 1.8 flex 16 V também é o mesmo, mas diferente. Novos pistões, alterações no comando de válvulas e diminuição de atrito em componentes móveis deixaram o propulsor mais eficiente e linear. São 140 cv de potência máxima, gerenciados pela transmissão de cinco velocidades, que pode ser manual ou automática.





Painel de dois níveis foi mantido, mas está maior e tem melhor visualização no novo carro (Divulgação)

Pacote interessante

Talvez um dos pontos mais interessantes do novo Honda Civic esteja em sua lista de equipamentos. De série, o carro vem com air bag duplo, freios ABS com controle eletrônico de distribuição, ar-condicionado automático digital, sistema de informações i-Mid, som com entrada auxiliar e USB, câmera de ré (sim, é de série) e rodas de liga leve aro 16.

Quando falamos da versão de topo (EXS), a lista ainda ganha air bags laterais dianteiros, sistema multimídia com tela touch LCD e navegador GPS integrado, bluetooth e controle de estabilidade e tração, que na nova geração também atua sobre a direção elétrica, evitando que o motorista faça manobras erradas em situações de perigo.

O excelente acabamento interno, em que pese a grande quantidade de plástico duro, ajuda a reforçar a impressão de conforto passada pela boa posição de dirigir. Atrás, os mais altos podem ter dificuldade com o espaço para a cabeça, especialmente nos modelos equipados com teto solar. O capricho só parece ter sido deixado de lado no porta-malas, que carece de forrações na tampa e tem fios elétricos "balançando" na região da fechadura.
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