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Para evitar a pressão alta, consuma até uma colher de chá de sal por dia

Bem Estar

As pessoas comem sal o tempo todo, muitas vezes sem perceber. Não é porque você não adicionou esse condimento à comida que ela já não está salgada o suficiente – e até mais que o recomendado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, os brasileiros devem ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma colher de chá. A média de consumo, porém, é de 12 gramas diários.

Cerca de 40% do sal é composto de sódio. Para saber a quantidade de sal em um alimento, basta multiplicar o valor de sódio no rótulo de um alimento por 2,5. Por exemplo: algo com 500 mg de sódio tem 1,25 g de sal.

Alimentos prontos – como congelados, enlatados e produtos em conserva – já são bastante condimentados por si sós, porque o sódio age como conservante, para prolongar a vida útil da mercadoria.

Se você passar da medida de sal, pode sofrer de pressão arterial, doenças cardiovasculares, problemas renais e até câncer, segundo a cardiologista Ludmila Hajjar e o nefrologista Décio Mion.

Quando o pai e a mãe são hipertensos, a chance de o filho ter pressão alta é de 60%. Os doces e as bebidas doces também têm sódio/sal, como é o caso dos refrigerantes. As massas instantâneas, pães de forma, francês e bisnaguinhas, bolos prontos, batata frita e palha também têm alta concentração.

Efeitos da hipertensão
A maioria das pessoas hipertensas não sente nada. O problema não dá sinais nem sintomas de que já está instalado no organismo. Alguns indivíduos, porém, sentem tontura, vista embaçada, palpitação e dor de cabeça, além de zumbido no ouvido e visão de pontos brilhantes.

O excesso de sal ajuda a reter líquidos e aumentar o volume e a pressão sanguínea. O sangue bombeado com mais força agride o revestimento dos vasos (endotélio), provoca pequenas cicatrizes e contribui para o entupimento.

As consequências da hipertensão nos diversos órgãos estão relacionadas principalmente à lesão dos vasos e à sobrecarga para o funcionamento deles.

Como o coração é um músculo, ao fazer mais força ele aumenta de tamanho – como o bíceps de um halterofilista. Essa hipertrofia dificulta ainda mais a chegada de oxigênio e nutrientes.

Se um trombo se forma em um vaso do coração, pode ocorrer um infarto, que é a morte de tecido cardíaco. Se a mesma lesão acontecer em um vaso que irriga o cérebro, pode haver um acidente vascular cerebral (AVC), também chamado de derrame.

Dicas para controlar a hipertensão
Perder peso é a forma mais efetiva de baixar a pressão sem usar remédios. E não é necessário emagrecer demais: em média, uma redução de 5 kg diminui a pressão em 5 mm Hg.

Fazer exercícios também ajuda no controle da hipertensão, melhora o nível de colesterol e o perfil glicêmico.O objetivo deve ser: 30 minutos de atividade aeróbia, pelo menos três vezes por semana.

Além disso, beber álcool em quantidade moderada traz benefícios cardiovasculares, mas o consumo de mais de dois drinks diários eleva a pressão.

Meta do país
Até 2022, o Brasil tem uma meta de atingir o valor de 5 gramas diários, como parte do Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).

A indústria de alimentos também aderiu ao objetivo, e assinou um termo de compromisso com o Ministério da Saúde para estabelecer um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, começando por massas instantâneas, pães, bisnaguinhas.

Até o fim de 2011, será a vez dos biscoitos (cream cracker, recheados e maisena), embutidos (salsicha, presunto, hambúrguer, empanados, linguiça, salame e mortadela), caldos e temperos, margarinas vegetais, maioneses, derivados de cereais, laticínios (bebidas lácteas, queijos e requeijão) e refeições prontas (pizza, lasanha, sopas e papinha salgada).

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