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Judiciário espera por desocupação pacífica da reserva Serra do Sol

Folha Online

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, negou nesta quinta-feira que o Judiciário seja injusto ao exigir que os não índios deixem hoje a reserva Raposa Serra do Sol. Segundo ele, o STF tomou os cuidados necessários para tornar a decisão "exclusivamente judicial".

Mendes disse que o assunto está sendo tratado pelo relator do caso, ministro Carlos Ayres Britto, que definiu o prazo de saída dos não índios após entendimento com o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) e lideranças locais.

"No final da sessão que tratou da Raposa, eu mesmo propus que o tema da execução fosse exclusivamente judicial, que não houvesse tratamento administrativo. Isso vem sendo feito. Tudo isto foi consertado com as lideranças locais e com a Justiça local e autoridades de Roraima. O relator fez isso por consenso", disse.

"A expectativa do governo é que a saída dos arrozeiros seja pacífica. O desembargador Jirair Meguerian, monitora a situação e não vê necessidade de se prorrogar a desocupação voluntária dos não índios."

O presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima, Nelson Itikawa, admitiu que há possibilidade de haver resistência de não índios em cumprir a decisão do STF.

Segundo Itikawa, muitas pessoas não têm para onde ir nem dinheiro para pagar a mudança. "Acredito que vai haver resistência porque tem muita gente não vai sair porque não tem para onde ir", afirmou.

A PF (Polícia Federal) disponibilizou 300 homens da Força Nacional de Segurança que podem ser enviados para Roraima para auxiliar na retirada dos não índios. Os policiais só vão ser enviados, porém, caso haja sinais de conflitos na reserva.

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