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Bactéria enfraquece mosquito da dengue, aponta Fiocruz

G1

A bactéria 'wolbachia', encontrada naturalmente em diferentes espécies de insetos, é a nova arma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no combate à dengue. Durante a apresentação da recente descoberta, nesta quarta-feira (7), em Manaus, cientistas explicaram que a wolbachia dificulta a alimentação do mosquito Aedes Aegypti, tornando-o fraco, e ainda impede que ele carregue o vírus da doença e o repasse aos seres humanos.

Segundo o geneticista Luciano Moreira, da Fiocruz de Minas Gerais, os últimos resultados foram animadores, mas reproduzir a bactéria entre os insetos pode levar alguns anos, até ser observada uma redução do número de pessoas infectadas com a dengue, por conta desta nova intervenção científica.

"O primeiro passo foi descobrir o poder da bactéria wolbachia sobre o mosquito. Veremos agora a eficácia dela sobre a espécie que circula no Brasil. Em seguida, veremos como multiplicar a bactéria, até que tenhamos uma redução de infecções em humanos", afirmou.

Para o epidemiologista Wandeli Tadei, a descoberta sobre a potência da bactéria sobre o mosquito da dengue representa um grande avanço no combate à doença, que afeta pelo menos cem países no mundo, entre eles, o Brasil. "Esta bactéria vai incapacitar o inseto", destacou o pesquisador.

A pesquisa sobre a wolbachia é uma parceria da Fiocruz com um Instituto de Pesquisa da Austrália. Durante as análises, nunca foram encontrados mosquitos Aedes Aegypti carregados naturalmente com bactéria analisada. O processo de inserção do germe nesses mosquitos levou mais de quatro anos.
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