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Bin Laden acusa países árabes ''moderados'' de conspirar contra muçulmanos

Folha Online

O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, acusou os países árabes "moderados" de conspirar com a "aliança cruzada-sionista" (Ocidente e Israel) contra a "nação muçulmana", segundo uma gravação de áudio divulgada pela televisão catariana Al Jazeera atribuída a Bin Laden.

"Está claro que alguns governantes árabes conspiram com a aliança cruzada-sionista contra nossa gente, e os EUA os chama de países moderados", disse.

Assim, referiu-se à Arábia Saudita e ao Egito, aliados de Washington, que dirigiam o campo hostil contra o Hamas, movimento no poder em Gaza, durante a ofensiva israelense, frente ao Qatar e à Síria, especialmente. Esta ofensiva, de 27 de dezembro a 18 de janeiro, devastou a faixa de Gaza e matou 1.300 palestinos.

Bin Laden afirmou que todos os Exércitos "oficiais" do mundo islâmico "estão sob o comando de governantes hipócritas". Além disso, ressaltou que os Exércitos não oficiais --milícias-- controlados por dirigentes islamitas consideram que os governantes não têm legitimidade.

O líder da Al Qaeda qualificou o recente ataque israelense contra a faixa de Gaza de "holocausto". "O holocausto de Gaza foi um importante acontecimento histórico, uma tragédia que confirma a necessidade de que os hipócritas devem ser separados dos muçulmanos".

Nesse contexto, disse que não era possível voltar à situação anterior à operação militar israelense, que começou em dezembro do ano passado e durou 22 dias. "O que se deve fazer é preparar seriamente a guerra santa. O caminho para libertar a mesquita de Al-Aqsa requer dirigentes verazes, independentes, fortes e honestos, que estejam à altura dos eventos, e conhecedores da religião", disse Bin Laden.

Para esse fim, o líder da Al Qaeda pediu a formação de um órgão com várias sedes regionais que aconselhe e conscientize o povo islâmico política e religiosamente. Também pediu para buscar combatentes fora do "colar" (os países vizinhos dos territórios palestinos), para que libertem Al-Aqsa.

Nesse sentido, ressaltou que existe uma "valiosa oportunidade para os que querem libertar Al-Aqsa. Primeiro, libertando o Iraque, e, depois, indo à Jordânia, para desse local se mobilizar à Cisjordânia e abrir as fronteiras à força para libertar toda a Palestina".

Mais de 60 mensagens foram transmitidas por Bin Laden, pelo vice-líder Ayman al Zawahri e seus aliados desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
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