O Santos vai enfrentar o adversário dos seus sonhos na semifinal do Mundial Interclubes. O Kashiwa Reysol é o adversário que está entre o time de Muricy Ramalho e a decisão do título, mais do que provavelmente contra o Barcelona. Os japoneses surpreenderam e ganharam nos pênaltis do mexicano Monterrey. Era exatamente isso que os brasileiros queriam, mas não acreditavam. Venceu a equipe com menor potencial técnico. Muito mais fácil para ser abatida na quarta-feira (14). O ar de alívio preencheu o hotel Hilton Nagoya.

Só que Muricy agiu rápido e tratou de proibir os seus jogadores de menosprezarem o fraco adversário. Para tentar diminuir a tensão. Só que seus atletas exageraram na dramaticidade. Atores amadores, procuravam qualidades no Kashiwa que não existem. Tudo para respeitar a determinação do treinador, conforme declarou o goleiro Rafael.

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- Será um grande adversário. Eles têm um grande potencial. O Kashiwa é rápido, habilidoso. Criou inúmeras chances de gol contra o Monterrey. Temos de ficar preocupados e muito focados. Ainda mais jogando em casa. Essa partida deverá ser muito difícil para o Santos. Só sairemos vencedores se a equipe se dedicar muito, lutar do início ao final do jogo. Todo cuidado será pouco. Nossa preocupação é grande. A bola parada do Jorge Wagner é uma grande arma que ele têm. Será difícil demais derrotá-los.

Ele continuou seu discurso sem nexo até que ouviu a seguinte pergunta: "O campeão da Libertadores, que tem Neymar e Ganso, não tem obrigação de ganhar do campeão japonês?"
Rafael ficou desconcertado. Percebeu o quanto havia passado do ponto, indo além de todo bom senso para agradar Muricy. Parou para pensar. E respondeu, irritado.

- O Santos tem obrigação de vencer todos os jogos.

E depois voltou ao seu discurso vazio. A verdade é que o time todo queria que o Kashiwa vencesse. Mas ninguém acreditava. O Santos estava preparado para enfrentar o Monterrey. Apesar da péssima campanha que fez no último Campeonato Mexicano, Muricy tinha relatórios detalhados do time mexicano. E apostava que seria um jogo muito mais perigoso do que contra os nipônicos. O Monterrey tem vários jogadores sul-americanos. E muito mais talento com a bola nos pés. E os jogadores sabem disso. Mesmo assim, seguiram pela cartilha do treinador, como demonstrou Léo em sua declaração.

- Ah, o Kashiwa toca muito bem, é veloz. Será um jogo difícil. Ainda mais a partida será em casa, com o apoio de sua torcida. O Santos terá de se aplicar muito para vencer.

Muricy Ramalho havia preparado o Santos para os mexicanos. Acreditava que o toque de bola seria a tônica da semifinal do Mundial. E não a correria e a limitação do Kashiwa. Tudo ficou muito melhor para o time brasileiro. Os japoneses não marcam bem. Neymar e Ganso terão muito mais liberdade. Por mais que Nelsinho Baptista conheça cada detalhe do time santista, seus jogadores são muito fracos para impor dificuldades para o Santos. Os brasileiros só não podiam comemorar publicamente.

Nelsinho Baptista após a vitória, no estádio do Toyota, deixava transparecer toda a sua felicidade. E deixava escapar que a partida decisiva de quarta-feira servirá para seus jogadores ganharem experiência. Em outras palavras, ele sabe que a responsabilidade é inteira do Santos, time muito melhor do que o seu.

- Será um jogo completamente diferente do que estamos acostumados. Os jogadores viverão uma experiência nova, enfrentando talvez o melhor time do futebol brasileiro e, por que não, um dos melhores do mundo?. Tudo vai ser novidade.

Fica claro nas suas palavras aqui no Japão o quanto ele se rende diante do favoritismo brasileiro. O time se comportará na quarta-feira como se enfrentasse uma equipe inferior no Campeonato Brasileiro. O Santos terá toda a iniciativa, jogará no ataque, tentando resolver logo o jogo. Muricy e seu auxiliar Tata estiveram no estádio acompanhando a partida. Só que se recusaram a falar com a imprensa. O clima está muito tenso aqui em Nagoya. Não por causa do fraco Kashiwa. Mas graças à revelação que Ganso vendeu os 10% dos seus direitos econômicos ao grupo DIS. E reclamou outra vez que não se sente valorizado pelo Santos. Os outros jogadores foram proibidos de dar entrevista neste domingo, que tinha tudo para ser festivo. Afinal, a vitória dos japoneses de Nelsinho foi um grande presente. Tudo indica que o esforço será muito menor para o clube chegar à decisão contra o favorito Barcelona. O Santos tem o adversário nas semifinais que sonhava..