Imprimir

Notícias / Economia

Classificação de risco do Brasil deve ser avaliada para melhor, acredita economista

ABr

O Brasil completou hoje (30) um ano como investment grade (grau de investimento). Rótulo conferido pela agência de classificação de risco Standard e Poor”s (S&P) e um mês depois também pela agência Fitch. Condição muito comemorada à época pela equipe econômica do governo, mas que agora “ninguém nem lembra mais” como afirma o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli.

Até porque, segundo ele, essas agências de classificação de risco “ficaram com a credibilidade bastante comprometida” ao não preverem a situação falimentar de bancos, seguradoras e uma série de grandes empresas norte-americanas, no ano passado. Pouco depois, portanto, de as agências S&P e Fitch terem elevado o grau do Brasil de BB+ para BBB-, considerando-o um país seguro para investimentos, graças à maturidade de suas instituições e à solidez da política econômica.

Piscitelli ressalta que “sem dúvida, o Brasil tem hoje uma situação bem mais sólida”, e diz que “é sempre bom negócio investir aqui”, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros, em razão das taxas de juros praticadas aqui serem mais altas. Ele lembra, porém, que “na hora do aperto os investidores estrangeiros fogem, dentro dessa liberalidade de entrar e sair do mercado a qualquer momento, sem aviso prévio, independente de recomendação das agências”.

Basta lembrar que com a deterioração da crise financeira internacional, a partir da falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, houve forte saída de capitais do país. “Dinheiro que aos poucos está voltando”, de acordo com o Victor José Hohl, do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), especialista em mercado financeiro.

Ele disse que as condições de solidez econômica que elevaram o país a grau de investimento se mantêm, independente da crise iniciada nos Estados Unidos e que depois se alastrou pelo mundo. De acordo com ele, “o Brasil tem fundamentos econômicos ajustados”, e acredita que tão logo se reduzam as consequências da crise (no final deste ano, início do próximo) a classificação de risco do país deve ser reavaliada para melhor.



Imprimir