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'Brasil vai zerar dependência de hemoderivados', diz ministro Padilha

G1

Na manhã desta segunda-feira (19), autoridades políticas se reuniram na solenidade de entrega da primeira etapa da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que está sendo instalada no Polo Farmacoquímico de Goiana, Mata Norte de Pernambuco, distante 63 quilômetros do Recife. Na ocasião, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, falou que a inauguração do bloco 1 é o passo inicial para zerar a importação de hemoderivados. "Hoje, gastamos mais de R$1 bilhão com a importação desses produtos que, daqui a três anos, nós mesmos vamos produzir e zerar essa dependência de hemoderivados", enfatizou.

O ministro visitou a edificação, que começou a ser construída há seis meses, ao valor de R$ 27,4 milhões. O edifício, equivalente a um prédio de seis andares, abriga uma câmara fria capaz de estocar 1 milhão de bolsas de plasma, a parte líquida do sangue. Hoje, o espaço estava a uma temperatura de 8°C e chegará a -35°C em julho do próximo ano, quanddo poderá receber, triar e armazenar o plasma coletado em 104 hemocentros do Brasil. Atualmente, esse serviço é feito por empresas privadas localizadas em São Paulo.

Até 2014, esse plasma será remetido ao Labortório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, onde serão transformados em hemoderivados e retornarão ao Brasil para serem distribuídos pelo Sistema Único de Saúde. O LFB é parceiro da Hemobrás na transferência de tecnologia para a produção dos medicamentos.

Os demais blocos da fábrica - são 19, ao todo - devem entrar em operação até 2014. A indústria vai produzir diversos hemoderivados, como albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VII e IX, complexo protrombínico e fator de Von Willebrand, medicamentos essenciais para cerca de 12 mil brasileiros portadores de hemofilia, além das pessoas que têm câncer, aids e imunodeficiências primárias, entre outras doenças.

Com essa fábrica, o Brasil se tornará um dos 15 países em todo mundo a fabricar hemoderivados. "Além de ecomizarmos dinheiro, vamos gerar empregos. Hoje, há 500 pessoas trabalhando aqui. Fora que vamos abrir vagas de alto valor agregado, como farmacêuticos e bioquímicos", comentou o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho, que também estave presente na inauguração, ao lado do governador de Pernambuco em exercício, João Lyra Neto, e do secretário estadual de Saúde, Antônio Figueira.
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