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Notícias / Brasil

Agressores de repórter não são PMs, diz Beltrame

AE

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que a agressão contra o repórter do jornal O Estado de S. Paulo "não será deixada de lado" e disse já ter informações de que os agressores não eram policiais militares. "A Polícia Militar não tem a função de atuar em áreas privadas (no caso, o Metrô). De maneira nenhuma será admitida conduta desta natureza", ressaltou. "Se fosse um servidor público em serviço, seria exemplarmente punido dentro do processo administrativo a qual ele pertence. Não é desta forma que se trata um cidadão", declarou o secretário hoje, em entrevista coletiva das autoridades cariocas sabatinadas pela Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Durante a viagem dos integrantes do COI no metrô, o repórter Pedro Dantas foi agredido e ameaçado por homens em trajes civis e sem identificação. A primeira abordagem aconteceu na estação Glória, ponto de embarque da comitiva do COI. Um homem orientou o jornalista a "dispersar". Após se identificar como repórter, Dantas foi ameaçado para que não citasse o episódio no jornal, pois "seria muito fácil encontrá-lo". Na estação Cantagalo, em Copacabana, ponto final da viagem do COI, o jornalista foi abordado por outros três homens, que se identificaram como policiais, no acesso à escada rolante. Ele teve o braço torcido, foi levado para o banheiro e teve os pertences em sua mochila revirados. Os agressores não pediram desculpas e afirmaram que este era o procedimento contra suspeitos.


Para o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que também participou da sabatina com os delegados internacionais, a segurança do público tem de estar entregue a agentes públicos "especializados", mesmo que "em trens e metrôs concessionados."


No mês passado, agentes de controle da SuperVia, a concessionária de trens do Estado do Rio, agrediram com socos e pontapés e improvisaram chicotes contra passageiros que estavam na estação de Madureira, zona norte da cidade. Os funcionários tentavam manter fechadas as portas da composição, lotada por conta da greve dos ferroviários.


A sabatina com Beltrame e Balestreri foi a mais longa entre os entrevistados pela comissão do COI. Durante mais de uma hora, Beltrame teve de fornecer dados detalhados sobre os planos do governo para a segurança pública no Rio. De acordo com o secretário, os entrevistadores manifestaram uma preocupação especial sobre o preparo das autoridades contra possíveis ataques terroristas durante o evento esportivo.
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