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Test-drive: SLS AMG Roadster perde as asas, mas não desaprende a voar

R7

Um pássaro sem asas não consegue voar, certo? Errado. Pelo menos no caso do Mercedes-Benz SLS AMG Roadster, que acaba de desembarcar no Brasil por R$ 952 mil (US$ 515 mil, convertidos pelo dólar do dia e já contando com o novo IPI).

A versão conversível do SLS AMG Coupé perde as icônicas “asas de gaivota” da irmã mais velha – herdadas, por sua vez, do clássico Mercedes-Benz 300SL Gullwing -, mas não deixa nada a dever em termos de diversão e desempenho. Na opinião do R7, aliás, esse carro é ainda mais legal de guiar.

Segundo projeto totalmente desenvolvido pela AMG, a divisão esportiva da Mercedes-Benz, o SLS Roadster é um brinquedo exclusivo. Em 2012, a Mercedes-Benz espera comercializar pouco mais de 20 unidades dessa versão – contra cerca de 50 do Coupé.

Ainda assim, custando quase R$ 1 milhão, o SLS AMG Roadster é significativamente mais barato do que rivais de marcas como Ferrari ou Lamborghini. E, não tenha dúvidas, ele tem todos os atributos para rivalizar com superesportivos italianos.

Sonho sobre rodas

Algumas dessas qualidades estão no incrível motor V8 6.2 aspirado capaz de gerar 571 cv de potência. Esse bloco, montado do início ao fim por um único engenheiro da AMG, que assina o trabalho, leva o carro de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos. A velocidade máxima é de 317 km/h. O som que sai do escapamento duplo é aquilo que os religiosos chamariam de divino.

O câmbio automatizado de dupla embreagem e sete velocidades e a suspensão esportiva com braço duplo também são voltados ao desempenho. Em modos de condução esportiva, essa caixa de marchas eleva as rotações nas reduções, fazendo com que o freio motor ajude na tarefa de baixar a velocidade. Sim, é um “punta-taco” automático.

Para baixar o peso, a AMG optou por criar uma carroceria com estrutura em alumínio, significativamente mais leve do que o aço utilizado nos carros normais. O resultado é um veículo que pesa 1.660 kg, ou 40 kg a mais do que o Coupé (a ausência de teto obriga os engenheiros a enrijecer o “corpo” do Roadster).

Na pista, o Mercedes-Benz SLS AMG Roadster é um tantinho mais rebelde do que seu irmão mais velho. Guiando os dois em sequência, foi possível notar uma leve tendência do modelo conversível a sair mais de traseira, o que, honestamente, é muito divertido. Essa característica muito provavelmente tem a ver com o maior peso, que em nada estraga a experiência.

Claro que o ato de dirigir com a capota aberta aumenta a sensação de velocidade. Com o carro parado, seleciono o modo S+ (Sport Plus) e piso com tudo no acelerador. Na curta reta do circuito do Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo, o SLS AMG Roadster atinge 150 km/h, rapidamente reduzidos a zero pelos eficientíssimos freios de alta performance AMG (que, opcionalmente, podem ser de material cerâmico).

Na parte mista do circuito, o AMG responde lindamente ao movimento do volante. O motorista sente cada mudança, cada nuance da pista, o que estimula a condução ainda mais esportiva, levando o carro ao limite. Conforme a velocidade aumenta, a direção também fica mais rígida, o que é essencial em retas de alta velocidade.

Como a maioria dos carros esportivos modernos, o Roadster não é feito apenas para pilotos profissionais. Os sistemas eletrônicos que controlam tração, estabilidade e freios garantem que mesmo os ricaços menos aptos consigam dirigir o modelo com muita segurança. Oito air bags também fazem parte do pacote de proteção ao condutor.

Capota e visual

Visualmente, a principal atração do SLS AMG Roadster está na capota de tecido. Ela é acionada por um botão no console central e abre e fecha em apenas 11 segundos. A operação pode ser feita com o carro rodando a até 50 km/h.

O longo capô, as rodas de dimensões diferentes (19 polegadas na frente e 20 atrás) e o visual esguio tornam o design retrô/moderno uma das características mais interessantes do SLS. Também não dá para deixar de falar do aerofólio traseiro, acionado automaticamente em altas velocidades.

Por dentro, a inspiração no passado também é clara. As saídas de ar imitam as turbinas de aviões antigos e a alavanca de câmbio lembra um acelerador aeronáutico. O impecável acabamento em couro e fibra de carbono é complementado pelo metal escovado na parte central, que aumenta ainda mais a sensação de refinamento. Bancos e volante têm ajustes elétricos.

O cliente é quem manda

Embora a Mercedes-Benz tenha unidades à pronta entrega de quase todos os modelos AMG, o comprador de uma dessas belezas pode encomendar seu carro totalmente customizado. Nesse caso, no entanto, o sortudo terá que esperar até seis meses para receber o seu brinquedo.

No caso do SLS Roadster, o processo de customização inclui desde elementos de desempenho, como freios, até itens de acabamento, como a cor do couro. Na média, segundo a Mercedes-Benz, comprar um carro feito sob medida implica em gastar até R$ 55 mil (US$ 30 mil) a mais.

No entanto, se você resolver tirar alguns dos opcionais que a Mercedes traz ao Brasil – como o exclusivíssimo sistema de som Bang & Olufsen -, também pode economizar até R$ 92 mil (US$ 50 mil). Ou seja: agora dá.
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