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Revoltados com prefeito, médicos do Samu ameaçam demissão em massa

De Rondonópolis - Débora Siqueira

Médicos do Samu saíram revoltados da reunião com o prefeito de Rondonópolis, Zé do Patio (PMDB), que não chegou a um resultado esperado pelos profissionais. Antes mesmo do encerramento da reunião na manhã de ontem, Pátio se levantou e saiu da  sala de reuniões, deixando os médicos atônitos. Diante do impasse, uma assembléia dos profissionais deve ser realizada até a primeira semana de janeiro e não está descartada demissão em massa.

“A gente veio para a reunião para fazer uma proposta, solicitar uma posição definitiva para que seja resolvido num prazo de 30 dias e não teve esse compromisso com a gente. A reunião não foi positiva, o prefeito nos abandonou no meio da reunião, não deixou a gente falar tudo o que tinha que colocar e explicar a nossa pauta de reivindicações. Não estamos satisfeitos e diante disso não está descartada a demissão em massa”, comentou o médico Henrique Manoel.

O assessor jurídico do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Sílvio Marinho, reclamou que a vistoria do Conselho Regional de Medicina (CRM) sequer foi discutida. “O CRM só não pediu a interdição porque isso seria causar mais transtornos à população”.

A própria presidente do conselho, Dalva Alves das Neves, vistoriou o posto do Samu, dentro da unidade do Corpo de Bombeiros, no dia 18 de dezembro, e constatou as irregularidades já denunciadas no dossiê elaborado pelos médicos e entregue para o Ministério Público, Câmara, Prefeitura, Ministério da Saúde e Estado.

Uma delas é a população acima de 350 mil habitantes atendida apenas por uma central de regulação. O Samu de Rondonópolis regula pacientes do município, Campo Verde, Primavera do Leste, Jaciara e um raio de 70 km de cada cidade. “Há apenas uma pessoa para atender as ligações, preencher formulário e ainda passar rádio para as ambulâncias”.

O CRM constatou ainda que os médicos são comissionados, ou seja, contratados sem concurso público, ambulâncias com pneus carecas, falta de materiais e equipamentos, déficit de pessoal, instalações elétricas desgastadas, espaço inadequado, mofo e umidade nas paredes da sala de descanso dos profissionais, dentre outras inconformidades. “Com freqüência a gente fica com apenas uma ambulância rodando, enquanto deveria ter quatro ambulâncias básicas e uma avançada”, disse o representante.

O prefeito Zé Carlos do Pátio discorda dos médicos e diz que a pauta de discussão foi positiva. “Já levamos para a licitação a obra da central do Samu, vamos fazer o posto avançado do Samu, estamos comprando equipamentos, reformando duas ambulâncias e temos três ambulâncias em funcionamento, garanti a reposição salarial deles (médicos), pois são cargos de confiança, como fiz com todos os servidores comissionados. É bom deixar certo que o Samu é toda região Sul. É bom deixar claro que a responsabilidade de investimento no Samu é de 25% e Rondonópolis tem investido muito mais”.

Para o prefeito o Samu tem problemas, mas garante que sua gestão está buscando soluções para saná-los.
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