O multimilionário Ricardo Martinelli, 57, conquistou a Presidência do Panamá, neste domingo. O presidente do Tribunal Eleitoral panamenho, Erasmo Pinilla, já telefonou para o empresário, que é dono da maior cadeia de supermercados do país e líder de uma coalizão de partidos da direita, para comunicar o resultado.

Com 43,68% dos votos, Martinelli tinha 61% contra 36,83% da principal adversária, Balbina Herrera, 54, ex-ministra da Habitação, a candidata do atual presidente, Martín Torrijos. Em último, o ex-presidente Guillermo Endara (1989-1994), 72, tinha 2,51% dos votos.

Alberto Lowe/Reuters

O multimilionário Ricardo Martinelli, eleito novo presidente do Panamá
Durante a rica campanha, Martinelli, cujo mandato de cinco anos começa no próximo dia 1º de julho, parece ter usado sua experiência nos negócios para atrair cidadãos preocupados com o rumo de suas vidas, diante da crise econômica. O Panamá tem uma das economias mais globalizadas do continente e teve crescimento médio, nos últimos três anos, de 9,7%. Para 2009, porém, a expectativa é de apenas 3%, ou menos.

Como grande trunfo, Martinelli conta com a ambiciosa expansão do Canal do Panamá, pelo qual transita 5% do comércio mundial, que custará US$ 5,25 bilhões. Outros motores com os quais ele poderá contar são o "boom" da construção, que em 2008 cresceu 30,5%, sendo 90% só na capital; além de transporte, armazenamento e comunicações --o último respondeu por 21% do PIB no ano passado.

Entre os problemas que irá enfrentar, porém, estão a segurança e a distribuição de renda, pois o Panamá tem 28% da sua população vivendo na pobreza --a maioria é de indígenas.

Outro problema será político. Conforme as pesquisas de boca-de-urna, o partido da candidata derrotada Balbina Herrera é que deverá ficar com a maioria dos 71 assentos do Congresso, o que pode gerar entraves para o novo governo. Nos projetos de Martinelli estão a construção de postos, rodovias e de um metrô na capital.