O ano de 2012 começou com chuva e música em São Paulo. O tradicional Show da Virada, realizado na Avenida Paulista, reuniu mais de 2 milhões de pessoas na madrugada neste domingo (1º), segundo levantamento da organização.

“O público veio, mesmo com a chuva. Veio para lavar a alma”, disse Marcelo Flores, diretor da empresa responsável pelo show, a Playcorp. A festa contou com a apresentação de grupos musicais de diferentes estilos.

A primeira banda a subir no palco de mil metros quadrados foi o Restart. O grupo cantou sucessos do início da carreira e do seu novo álbum, Geração Z. “É um lugar muito conhecido para a gente. Passamos muito aqui, na época em que tocávamos em casas na [Rua] Augusta”, disse o vocalista Pe Lanza, momentos antes do show.

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Para agitar o público que gosta de rock das antigas, o Ultraje a Rigor cantou músicas que marcaram gerações de fãs, como “Inútil” e “Nós Vamos Invadir Sua Praia”. “Eu nasci na [Avenida] Paulista, estudei, namorei aqui. E também toquei aqui antes, em 1987”, disse o vocalista Roger. Questionado sobre o futuro do grupo, ele afirmou que há a possibilidade de haver um novo disco em 2012. “Não é resolução de Ano Novo, mas quem sabe, né”, brincou.

Quem gosta de sertanejo foi duplamente compensado com as apresentações de Roberta Miranda e da dupla Rio Negro e Solimões.

Um dos pontos altos da festa, às 2h, foi o Jota Quest. Várias pessoas entrevistadas pelo G1 disseram ter vindo ao Show da Virada com mais expectativa de ver a banda do que as outras. O grupo tocou seus sucessos, como “Fácil”, “Encontrar Alguém” e outras.

Já o KLB começou às 2h30 e fez várias homenagens nas músicas, como “We Will Rock You”, do Queen, “Pelados em Santos”, do Mamonas Assassinas, e “Anna Julia”, do Los Hermanos.

Nem a chuva afastou o público da Avenida Paulista. Os namorados Nathan Thiago e Bruna Cristina, ambos de 19 anos, ficaram até o fim da festa. "A chuva não desanima, é bom porque leva as coisas ruins embora", disse Nathan. Bruna, que veio à comemoração pela primeira vez, afirmou "estar adorando os shows". Os jovens são de Cotia, na Grande SP, e namoram há quatro meses.

Virada
À meia-noite em ponto, um show pirotécnico iluminou por 15 minutos a Paulista. A chuva, porém, estragou a maior novidade do evento: as bolhinhas de sabão que deveriam embelezar ainda mais o espetáculo foram “ofuscadas” pelas gotas de água.

O maestro João Carlos Martins e a Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi-SP emocionaram o público com a execução do Hino Nacional e da tradicional “Trem das 11”, do sambista Adoniran Barbosa. Enquanto executava o hino, um segundo show pirotécnico iluminou os céus paulistanos.

A festa de réveillon foi considerada um sucesso pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. “Considero que a comemoração cumpriu seu objetivo, foi positiva e bem organizada”, disse ele. No total, R$ 7 milhões foram investidos na festa da Avenida Paulista.

Uma novidade marcou a celebração deste ano: o prefeito anunciou que a cidade vai ganhar mais um local oficial de comemoração do réveillon no fim de 2012. Além da tradicional festa da virada na Paulista e da comemoração na região de Guarapiranga, na Zona Sul, a Zona Leste vai passar a ter uma festa de Ano Novo organizada pela Prefeitura.

Segurança
Até as 3h, a Polícia Militar havia registrado apenas uma ocorrência, segundo o tenente-coronel Benjamin Francisco Neto, que comandou o policiamento no Ano-Novo. “Tivemos uma briga, um policial foi apartar e acabou se ferindo levemente”, disse ele. O caso ocorreu por volta das 2h20.

O efetivo da Polícia Militar usado para a festa foi de 1.200 policiais, 100 veículos, incluindo 40 motos, e um helicóptero com câmera especial de visão noturna. No total, a comemoração teve 2.900 funcionários trabalhando, entre seguranças privados, policiais, guardas metropolitanos e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).