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Notícias / Meio Ambiente

Segurança de usinas nucleares da França deve ser reforçada, diz ASN

G1

Dez meses depois do desastre em Fukushima, a Autoridade de Segurança Nuclear (ASN) anunciou nesta terça-feira (3) que não será necessário fechar nenhuma das centrais nucleares francesas, mas pediu o aumento da segurança, medida que exigirá um investimento de bilhões de euros.

"As instalações nucleares francesas apresentam um nível de segurança suficiente e por isto é desnecessário fechar qualquer uma delas", afirma a ASN em um relatório publicado, após uma investigação que analisava as consequências do desastre em Fukushima, em março de 2011.

Na época o complexo nuclear instalado na cidade japonesa foi danificado após o terremoto, seguido de tsunami, e espalhou contaminação radioativa em um raio de 300 km.

Ação imediata
A França, que obtém 75% da energia elétrica consumida no país da atividade nuclear, tem 19 centrais nucleares - duas a mais que o Japão - e 58 reatores.

A ASN, que enviou ao primeiro-ministro francês François Fillon um relatório com suas conclusões, destaca que é importante aumentar "o mais rápido possível" a resistência das instalações para que possam enfrentar "situações extremas".

O objetivo é manter a segurança das instalações no caso de uma grande catástrofe, como terremotos, inundações ou um conjunto de várias situações extremas, segundo o organismo.

Prazo para novas regras
Com esta perspectiva, a ASN deu às empresas que operam áreas nucleares, como EDF, Areva e CEA, seis meses para a aplicação das medidas necessárias para aumentar a segurança das centrais e a divulgação das mesmas.

O reforço da segurança terá um custo considerável para as empresas e provavelmente será repassado aos consumidores, admitiu o presidente da ASN, André-Claude Lacoste.

O primeiro-ministro francês reagiu ao relatório com o anúncio de que o governo vai garantir que as empresas envolvidas respeitem por completo as recomendações da ASN e cumpram o calendário.

Novas obras
Em novembro passado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que o país seguirá com o controverso projeto de construir o seu reator nuclear de número 60 em Penly, no noroeste do país.

O desastre em Fukushima, em março, alimentou especulações de que a França desistiria dos planos de construir o reator, mas o governo negou repetidamente que o projeto tivesse sido cancelado.

Sarkozy anunciou o projeto pela primeira vez em 2009 mas muitos especialistas do setor energético disseram que o reator era desnecessário já que a França, que já opera 58 reatores, precisaria de plantas que pudessem ser ligadas e desligadas facilmente para responder a picos de demanda.

O reator de número 59 do país está em construção em Flamanville, no noroeste do país, em um projeto que foi afetado por atrasos e aumento de custos.
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