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Crise na Europa pode ter efeito negativo para celulose e papel na AL

Valor Econômico

Um cenário de recessão, decorrente da crise de dívida soberana na Europa, pode ter impacto significativo e negativo para os produtores latino-americanos de celulose e papel, na avaliação da Fitch Ratings. Em relatório de ontem, a agência de classificação de risco destaca que além de a Europa ser o principal destino da matéria-prima produzida na região, a demanda europeia de papel segue enfraquecida.

“Isso resultou no fechamento de algumas fábricas integradas de papel na Europa, com exportação da celulose para a Ásia”, aponta o relatório. Para a Fitch, a situação mais vulnerável é a das papeleiras e fabricantes de embalagem mexicanas, que aparecem com as menores notas de crédito da região e estão expostas a preços elevados de energia, celulose e fibra reciclada.

A agência alerta ainda para a necessidade de disciplina na execução dos novos projetos de fábricas de celulose que estão previstos para a América Latina, sob o risco de forte impacto nas cotações da matéria-prima. Esse cenário “atrasaria” a reconstrução de balanços financeiros mais saudáveis, por parte das companhias, e poderá conduzir a uma rodada de revisões para baixo das notas de classificação de risco.

Como aspecto positivo para a indústria latino-americana, a agência aponta a evolução da renda no mercado chinês, que abre um novo mercado para produtos de papel. “Milhões de toneladas de capacidade de papel estão sendo adicionados por ano para atender essa demanda e falta celulose no mercado interno”, analisa.
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