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Mãe garante vaga em escola pública pagando R$30 para 'furar fila', no AM

G1

O início do período de matrículas em escolas públicas da capital, nesta quinta-feira (12), foi marcado por longas filas em frente às instituições e suposta venda ilegal de lugares nas filas. Dezenas de pais e alunos chegaram aos locais ainda durante a madrugada. A gerente da Central de Matrículas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Irlanda Araújo, afirmou que "não é necessário tanto para conseguir uma vaga".

Os pais que tentaram matricular os filhos na Ernesto Penafort confirmaram a venda irregular. Uma mulher confessou à reportagem ter pago R$ 30 para 'furar fila'. Uma falha no sistema também dificultou a matrícula. Os computadores da escola passaram cerca de 30 minutos sem sistema, paralisando as matrículas.

Uma grande fila de cadeiras e bancos foi formada na Escola Estadual Ernesto Penafort, no São José, Zona Leste. De acordo com os funcionários da escola, a primeira cadeira para marcar lugar na fila foi colocada há cerca de duas semanas. Na manhã desta quinta-feira (12), 113 cadeiras já guardavam o lugar de pessoas em frente à escola.

Na Escola Estadual Vasco Vasques, localizada no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus, mães chegaram cedo para garantir um lugar na fila. A codajaense Beatriz Veras busca uma vaga para a filha de seis anos. Segundo ela, a maior dificuldade é encontrar lugar em uma escola próxima à casa. "Não tenho condições de mantê-la em uma escola longe, pagando transporte. Se continuar desse jeito, vou ser obrigada a voltar para Codajás. Esta já é a segunda escola que venho", disse.

A doméstica Deuza Santos contou que o problema se repete todos os anos. "Sempre é assim. Minha filha vai para o 1º ano do Ensino Fundamental e de novo estou passando por esta situação. A diretora da escola mesmo me disse para vir dormir na fila, senão não vai ter vaga para a minha filha de seis anos", relatou.

Segundo a gerente da Central de Matrículas da Seduc, Irlanda Araújo, "não é necessário formar filas porque as 275 escolas que realizam o serviço são suficientes para fazer sem transtorno". Irlanda informou ainda que a venda de vagas em filas é ilegal. Ela afirmou que diversas escolas seguem sem filas e que o problema estaria concentrado nas instituições visitadas pela reportagem. "Fomos à outras escolas e, enquanto o Ernesto Penafort tinha uma longa fila, outras estavam vazias. Os pais devem procurar outras escolas", ressaltou.

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