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'Somos uma versão madura do Restart', diz banda He Saike

G1

Mudam as cores e tonalidades, mas a forma se mantém. Uma versão mais madura, ou “sépia” da banda Restart, como brinca Bruno Saike, vocalista da banda He Saike - que, segundo ele, na tradução do guarani para o português significa "todo poderoso" - pode ser consumida através de singles divulgados na internet e tocados em shows pelo país.

Um grupo de meninos recém-chegados à casa dos 20 anos, mas com postura de rock star, arrebata suspiros de um público majoritariamente feminino e juvenil. "Tocamos para um público de 13 a 19 anos, um pouco mais velho do que o do Restart. Somos uma versão deles em tons de sépia, mais sérios e maduros", diz o vocalista.

Bruno, idealizador da banda, até deixou o sobrenome original para apresentar-se como cartão de visita do grupo. Assumiu a patente assim como fizeram Mara Maravilha, Rita Cadilac e Gretchen, confessa ele. “Eu brinco que adoro e me inspiro em todas elas. É artístico, pra ajudar na divulgação.”

A ideia começou na garagem da casa de Bruno, com o sonho infantil de ser performático e popular como Axl Rose, do Guns N´Roses. Morador da zona leste de São Paulo, ele recrutou amigos do bairro para formatar uma banda de rock. Em 2009, com o grupo estruturado, eles começaram a divulgar singles para colegas, em redes sociais e correr atrás de mídia especializada.

“Comecei em 2003, mas a formação atual tem dois anos. Inicialmente, não passava de uma brincadeira, totalmente sem compromisso. Adorava o Guns e montamos uma banda por que eu queria ser o Axl Rose, queria fazer o que ele fazia.”

Com os atalhos deixados por bandas da safra NX Zero e Fresno, ficou fácil perceber que no Brasil, hoje, o rock pop melódico tem demanda e público fiel.

O rap na moda
Nos shows, os rapazes vendem roupas, e não CDS. Patrocinados e vestidos por uma confecção, a banda se contenta em ser mais panfletária da moda do que da música. O comportamento e estilo dos meninos, somado ao lançamento frequente de singles na internet, é a receita para mantê-los no mercado.

“Somos um outdoor ambulante para a marca, manequins. Divulgamos isso pra galera. Mas só usamos o que acreditamos. Buscamos parceiros que gostamos. E single é a nova lógica do mercado, não vemos necessidade em lançar nenhum CD.”

O benquisto rapper Thaíde ajudou os meninos no terceiro single, lançado no final de 2011. A parceria, segundo eles, não foi estratégica, mas serve quase como escudo. Ameniza as comparações com o rock melódico e colorido e distancia da imagem de boy band. Thaíde compôs e gravou versos para a música “Acabar com tudo”, composta Bruno e Junior, baixista da banda.

“Foi super sem querer. Um amigo tinha o contato dele, sugeriu, nós achamos a ideia fantástica. O Thaíde é referência no rap e queremos sempre propor algo inovador no nosso som, não gostamos de ser rotulados ou comparado com bandas que não gostamos. Somos pop, mas não uma boy band.”

Bruno diz que sua trajetória musical é bastante eclética. Fez curso de piano e canto, e sempre ouviu de tudo um pouco. Entre os favoritos estão Foo Fighters, Green Day, Raimundos, NX Zero e Fresno.

O repertório musical tenta não se limitar à dor de amor. A vida cotidiana, sem os clichês amorosos, também é matéria-prima. Compor, aliás, parece bastante fácil para o grupo. Dentro da gaveta, Bruno revela que há mais de 50 músicas já finalizadas. “A gente só fala de histórias vividas por nós ou por amigos. Adoro falar, escrever. E temos muito pra contar.”
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